LOC.: Produtores de milho de Mato Grosso enfrentam um cenário desafiador para a safra de 2023/2024. A queda no preço do milho, causada pela grande oferta, obrigou os produtores a recuarem os investimentos para a próxima temporada.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) Zilto Donadello o produtor em Mato Grosso está comercializando o milho a R$ 35 por saca para cobrir os custos da safra. Segundo ele, o número está muito abaixo da última safra, quando o preço médio comercializado por saca era de R$ 72.
TEC./SONORA: Zilto Donadello, diretor da Abramilho
“Hoje no mercado de R$ 35 a saca, se ele colheu 100 sacas de milho por hectare, 110 sacas, não sei se ele fecha as contas. O produtor está vendendo a conta-gotas, muito bem regrado, tentando buscar um preço melhor no mercado, mas com volume que a gente tem, a gente não sabe se melhora. A exportação do país está muito boa. A a gente crê que o Brasil pode chegar uma exportação de 50 milhões de toneladas. Então quem sabe que essa exportação e também a demanda pelo consumo de milho brasileiro melhore o nosso preço”.
LOC.: O diretor ainda destaca que, para a safra 2023/24, o produtor deve se adequar ao número que o mercado aponta e reduzir custos.
TEC./SONORA: Zilto Donadello, diretor da Abramilho
“Para a próxima safra o produtor deve ter cautela, fazer conta e se adequar os custos. Só que nessa adequação, o corte de custos vai vir em tecnologia de sementes, materiais com preço menor, vai se diminuir a tecnologia de fertilizante, consequentemente a gente vai acabar usando algum fungicida a menos. Vai acabar se adequando com menos tecnologia e consequentemente, isso vai acarretar numa menor produtividade”.
LOC.: Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a produção para a safra 2023/24 deve se estabelecer em 43,30 milhões de toneladas. O número é 13,76% menor que a safra de 2022/23. Quanto aos rendimentos, a projeção ficou em 103,70 sacas por hectare, redução de 11,27% em relação ao consolidado da safra passada.
Reportagem, Landara Lima.