Data de publicação: 07 de Junho de 2023, 21:15h, atualizado em 09 de Junho de 2023, 01:31h
LOC.: O Programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal, com a ideia de ajudar os brasileiros endividados a pagarem suas dívidas, tem gerado algumas preocupações. Para Renata Abalém, advogada e diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (IDC), o programa vai beneficiar mais os bancos em vez de favorecer e resolver a vida de quem está superendividado.
TEC./SONORA: Renata Abalém, advogada e Diretora Juridica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte
“Quem está superendividado tem uma legislação que foi a alteração do código de defesa do consumidor que estaria resolvendo, amenizando muito o programa, mas o governo quis incentivar novamente o débito. Pra mim, você poder renegociar, renegociar e renegociar... Isso só vai gerar uma tomada de crédito ainda maior, isso vai impôr ao consumidor o juro mensal que a medida provisória já impôs e, pra mim, isso é patinar.”
LOC.: O economista, coordenador do Centro de Pesquisas da Unialfa e Mestre em Desenvolvimento Regional, Alexandre Trancoso, diz que o modelo proposto de renegociação da dívida não explica como será feito o valor da cobrança dos juros.
TEC./SONORA: economista, coordenador do Centro de Pesquisas da Unialfa e Mestre em Desenvolvimento Regional, Alexandre Trancoso
“Isso é uma preocupação porque já está sendo cobrando juros e depois ainda aplica 1.99% em cima da dívida, e a gente sabe que cartão de crédito não perdoa isso e banco no cheque especial também não, ainda não explicaram se vai ser sobre o valor da dívida original ou sobre a dívida que já existe no banco e que já foi cobrada juros. Se for de cartão de crédito e cheque especial é praticamente quase 400% ao ano e isso aí e muito preocupante.”
LOC.: Segundo o Ministério da Fazenda, o programa Desenrola Brasil quer tirar até 70 milhões de brasileiros do vermelho. As pessoas endividadas serão enquadradas em duas faixas e os credores vão poder comprar créditos em leilões a partir de julho.
Reportagem, Lívia Azevedo