LOC.: A energia elétrica subiu em média 14% na Bahia desde que a bandeira vermelha foi acionada pela Aneel e o valor pode ser ainda maior, já que há previsão de novo reajuste nas tarifas, a partir desta semana.
Nos estados da região Nordeste do País, por exemplo, a tarifa média cobrada na energia elétrica, sem a bandeira vermelha, é de R$ 0,60 por kwh consumido. A bandeira vermelha aumentou em cerca de 14% esse valor. Na Bahia, a tarifa convencional cobrada dos consumidores é de R$ 0,62.
A escalada de preço se deve à crise hídrica que o País enfrenta e deve impactar na meta de inflação anual, o IPCA, que era estimada entre 3,75% e 5,25%. No entanto, o Banco Central já vislumbra uma taxa de inflação de 7,11% ao final de 2021. Em julho, por exemplo, o IPCA já acumulava quase 9% em 12 meses e a tendência é que esse número continue em alta.
A principal medida usada para frear a alta da inflação é o controle da taxa básica de juros da economia, a Selic. A dinâmica é simples: quando os preços ao consumidor disparam, o BC aumenta a taxa de juros e o dinheiro e o crédito ficam mais caros, a procura por produtos e serviços diminui e, por consequência, força a queda dos valores no comércio.
Entretanto, essa “receita”, segundo Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração, é indicada quando a inflação dispara por forte consumo, ou seja, diferente da realidade atual.
TEC./SONORA: Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração
“Quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para uma inflação que não tem origem no consumo, ela tem origem na oferta, você gera desaquecimento da economia. O crédito e os produtos ficam mais caros e você desestimula da economia”.
LOC.: O aumento nas taxas de juros para conter a inflação pode sacrificar de forma perversa a produção industrial dos estados e comprometer a capacidade do setor produtivo de realizar investimentos, já que a Selic também influencia nos valores dos créditos, desvaloriza a moeda brasileira e contribui para a falta de insumos e matérias-primas nas indústrias. O combo da política de contenção da inflação desestimula a atividade econômica, como explica o deputado federal Félix Mendonça, do PDT baiano.
TEC./SONORA: Félix Mendonça Júnior, deputado federal - PDT/BA
“Nós não vamos ter mais dinheiro para o setor produtivo, o que pode criar recessão na economia e, com isso, sofrem a indústria, toda a agricultura e pecuária, e todo setor terciário, o turismo também”.
LOC.: Este ano, a Selic teve quatro reajustes e já acumula alta de 3,25% a.a., saindo de 2% a.a. em janeiro para 5,25% a.a. em agosto. O BC manteve o reajuste em 0,75% nos três primeiros movimentos do ano, em março, maio e junho, mas elevou a taxa em 1%, este mês.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos
NOTA
LOC: A energia elétrica subiu em média cerca de 14% na Bahia desde que a bandeira vermelha foi acionada pela Aneel e o valor pode ser ainda maior, já que há previsão de novo reajuste nas tarifas, a partir desta semana.
Nos estados da região Nordeste do País, por exemplo, a tarifa média cobrada na energia elétrica, sem a bandeira vermelha, é de R$ 0,60 por kwh consumido. A bandeira vermelha aumentou em cerca de 14% esse valor. Na Bahia, a tarifa convencional cobrada dos consumidores é de R$ 0,62.
A escalada de preço se deve à crise hídrica que o País enfrenta e deve impactar na meta de inflação anual, o IPCA, que era estimada entre 3,75% e 5,25%. No entanto, o Banco Central já vislumbra uma taxa de inflação de 7,11% ao final de 2021. Em julho, por exemplo, o IPCA já apontava quase 9%, no acumulado de 12 meses, e a tendência é que esse número continue em tendência de alta.
A principal medida usada para frear a alta da inflação é o controle da taxa básica de juros da economia, a Selic. Entretanto, essa “receita”, segundo especialistas, é indicada quando a inflação dispara por forte consumo, ou seja, diferente da realidade atual.
O aumento nas taxas de juros para conter a inflação pode sacrificar de forma perversa a produção industrial dos estados e comprometer a capacidade do setor produtivo de realizar investimentos, já que a Selic também influencia nos valores dos créditos, desvaloriza a moeda brasileira e contribui para a falta de insumos e matérias-primas nas indústrias.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos