Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

PIB: apesar de fechar 2023 em alta, atividade econômica mostra desaceleração no segundo semestre

Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%

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Apesar de a economia brasileira ter fechado 2023 com crescimento acumulado de 2,9% - praticamente o mesmo resultado apresentado em 2022 frente a 2021 - dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que houve uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre do ano passado, depois de um cenário positivo da Agropecuária notado no início do ano.

Em relação à comparação do quarto contra o terceiro trimestre de 2023, o quadro referente ao PIB é de estagnação. Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%.

O advogado e economista Alessandro Azzoni afirma que, no primeiro e no segundo trimestre, houve um avanço no agronegócio, que trouxe uma expansão nos números, sobretudo quando se trata da produção de soja e de milho. No entanto, ele destaca que o cenário não foi o mesmo para os meses subsequentes. 

“No terceiro e quarto trimestre nós tivemos um PIB negativo, praticamente no agronegócio, porque como os estoques foram exauridos no primeiro e no segundo trimestre, e agora estava na parte de replantio, a tendência do agro não representa tanto nesse segundo semestre”, explica. 

O levantamento do IBGE também aponta que a taxa de investimento do PIB, em 2023, foi de 16,5%. O resultado representa uma redução em relação a 2022, quando a taxa foi de 17,8%. Para o economista José Marcio Camargo, esse foi um dos principais fatores que contribuíram para a estagnação da economia na segunda parte do ano. 

“O grande problema no crescimento do PIB, um lado realmente negativo, é o fato de você ter uma grande queda na taxa de investimento. E, sabemos que, para se ter crescimento elevado no longo prazo, é preciso ter aumento na taxa de investimento e da capilaridade produtiva”, considera. 

Dentro desse contexto, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, pontua que “quando a gente olha a contribuição para o crescimento, vemos que a demanda interna contribuiu com esse crescimento de 2,9% com apenas 0,9%, muito diferente do que tinha acontecido em 2022”.  

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Entre as atividades industriais, foi percebida alta nas Indústrias Extrativas (4,7%), na Construção (4,2%) e na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (2,8%). As Indústrias de Transformação, por outro lado, apresentaram variação negativa de 2%.

Nos Serviços, as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados registravam uma tímida elevação de 0,7%, enquanto as Atividades imobiliárias subiram 0,1% - mesmo resultado apresentado para Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social. Em contrapartida, contribuíram negativamente o Comércio, com queda de 0,8%; Transporte, armazenagem e correio, com recuo de 0,6%; e Informação e comunicação, com redução de 0,1%.


 

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