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O número de transplantes realizados em hospitais paraenses registrou uma pequena queda. De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados. No mesmo período de 2018, 195 pacientes receberam córnea e 44 transplantaram rim. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde.
Uma das razões para a diminuição é a recusa familiar. Quarenta por cento das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de parentes com morte encefálica.
Atualmente, 1,3 mil possíveis receptores do estado compõem a lista de espera para transplantes: 392 esperam por um rim e 982 por córnea. Os hospitais locais realizam apenas esses dois procedimentos. Os pacientes que precisam de outros órgãos, como fígado, pâncreas, coração e pulmão, são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio) onde são inscritos e o transplante é feito pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio.
O morador de Belém Kattiniz Barbosa, de 33 anos, tomou a decisão, juntamente com a esposa, de doar os órgãos do filho falecido. O gerente de transportes explica a decisão.
“Começamos a perceber, de fato, como foi importante, naquele momento de sofrimento, a gente ter autorizado a doação. Quantas pessoas aquele ato pode salvar. Depois de um ano, consegui falar alguma coisa sobre o que a gente fez e ter contato com pessoas que foram beneficiadas pelo ato que a gente tinha feito.”
O filho de Kattiniz é um exemplo de doador falecido. Este tipo de doador pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é importante que o desejo de doar os órgãos seja compartilhado com a família.
O outro tipo de doador é o vivo. Este pode doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Pará, Maria Ierecê Miranda de Carvalho, defende a conscientização das pessoas em prol da doação de órgãos.
“Frente às recusas, é preciso trabalhar a informação e a sensibilização. Às vezes, a pessoa também tem a informação, mas não está sensibilizada. Então, levamos um depoimento de alguém que já transplantou ou o depoimento de alguma família que doou, e conseguimos fazer essa sensibilização.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Os hospitais que realizam transplantes em Belém são: o Hospital Universitário Betina Ferro, a Clínica Cynthia Charone, o Hospital Ophir Loyola e o Hospital Saúde da Mulher. No interior, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Regional do Araguaia, em Redenção, realizam transplantes de rim.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, a Central de Transplantes atende pelos telefones (91) 3244-9692, 3223-8168 e 98115-2941 que atende de plantão e pelo WhatsApp. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
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