LOC.: O dia dos professores, comemorado nesta sexta-feira (15), é diferente porque lembra, além das atividades nobres da profissão, a luta, a dedicação e superação, dos educadores durante a pandemia da Covid-19. Durante o período, o professor precisou se reinventar, ser criativo e aprender a lidar com tecnologias para manter o aprendizado dos estudantes em dia, mesmo longe das salas de aulas.
Todas as dinâmicas de preparação de aulas, de exposição do conhecimento, de participação e integração, tiveram de ser revistas e aperfeiçoadas para o ambiente virtual das salas online de aulas remotas e, mesmo assim, no início do isolamento, a nova realidade causou dificuldades, principalmente de comunicação digital com os alunos.
O professor de Artes Educação, da rede pública do Distrito Federal, Rodrigo Xavier, conta que no início da pandemia teve de ser criativo para garantir a entrega do conteúdo aos seus alunos. A princípio, ele teve de usar mensagens em texto para dar aulas a distância porque as tecnologias ainda não estavam acessíveis a toda turma.
TEC/SONORA: Rodrigo Xavier, professor da rede pública do DF
“Os meninos não tinham acesso a qualquer tipo de aparelho de conexão. Para tentar amenizar essa situação, nós conversamos por meio de textos. A meu ver, lembrou a época da comunicação por meio da escrita de cartas”.
LOC: Na rede particular de ensino as dinâmicas tecnológicas caminharam com maiores facilidades, no entanto, a qualidade do aprendizado ficou comprometida durante a pandemia da Covid-19, como explica a professora de Línguas Estrangeiras, de uma unidade particular, também do DF, Nathalia Damacena.
TEC/SONORA: Nathalia Damacena, professora da rede particular de ensino no DF
“A escola deu muito apoio na questão de material, computador. Mas, nem sempre todos os alunos conseguiram acompanhar ou entender. Alguns alunos, eu posso dizer, não tiveram aproveitamento de 100%”.
LOC: A partir de janeiro de 2022, a exemplo do esforço durante a pandemia da Covid-19, professores de todo o país terão de se adaptar ao Novo Ensino Médio: com maiores jornadas de trabalho e com nova metodologia, que passam a ser organizados por áreas do conhecimento, e não mais por disciplinas.
Para o especialista em Psicologia Educacional, Dr. Afonso Galvão, a efetivação do Novo Ensino Médio vai exigir dos professores mais capacitação e melhores condições de trabalho. Ele lembra que, além do trabalho diário de ensinar, o Novo Ensino Médio só será efetivado em plenitude se os gestores públicos trabalharem fortemente para viabilizar as estruturas necessárias nas escolas.
TEC/SONORA: Afonso Galvão, especialista em Psicologia Educacional
“Em condições adequadas é possível que se faça uma transição para esse novo modelo em quatro ou cinco anos. Mas, considerando o descaso histórico pela Educação, é muito difícil que o Novo Ensino Médio vingue. É necessário que haja, além desse projeto, responsabilidade dos gestores públicos”.
LOC: O Novo Ensino Médio prevê aumento de carga horária de estudos, passando das atuais quatro horas para cinco horas diárias, no mínimo. Além disso, as escolas terão de oferecer atividades extras – Itinerários Formativos – de formação técnica e profissional.
A ideia é capacitar o estudante do Ensino Médio para as carreiras acadêmicas nas universidades e faculdades por áreas de afinidade de cada um e, também, prepará-lo para o mercado de trabalho.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos