Data de publicação: 07 de Fevereiro de 2021, 23:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta para uma redução no total de trabalhadores que fazem home office no Brasil. Segundo o levantamento, em novembro de 2020, 7,3 milhões de pessoas trabalhavam em casa, o que representa uma diminuição de cerca de 260 mil em comparação a outubro.
O trabalho remoto alcançou, em novembro, 9,1% do total de pessoas ocupadas e não afastadas, ante 9,6% em outubro. Foi o terceiro mês consecutivo com redução de pessoas atuando em home office.
Entre os trabalhadores que tiveram que abandonar o home office está a servidora pública Thais Barbosa de Farias, moradora de Brasília, que afirma que diversos procedimentos em seu trabalho foram simplificados com o advento da pandemia. Após 8 meses trabalhando em casa, ela lamenta ter tido que voltar a trabalhar presencialmente.
“Com o home office, muitos procedimentos foram desburocratizados e o meu trabalho dá para ser feito quase em sua totalidade de casa, onde eu consigo desenvolvê-lo muito bem”, afirma.
Mudança na CLT propõe mesma regra do presencial para home office
Por outro lado, o jornalista Victor Henrique, 22 anos, morador de Valparaíso (GO), prefere trabalhar presencialmente. Ele chegou a fazer home office, modalidade que, segundo ele, o exigia mais horas de trabalho. “Em casa, se produz muito mais, porém, você fica mais tempo trabalhando.”
Rendimentos
Entre outros pontos, a pesquisa constatou que os trabalhadores em home office contribuíram com 17,4% da massa total de rendimentos efetivamente gerados em novembro. O estudo apontou ainda o perfil predominante das pessoas que trabalham de forma remota.
Em novembro, do total de pessoas em home office 84,8% encontrava-se no setor formal, 57,8% eram mulheres, 76 % das pessoas possuíam ensino superior completo e 31,8% estavam na faixa etária entre 30 e 39 anos.
Outro estudo, esse feito pela consultoria em recursos humanos Soluções em Remuneração (SAP) com apoio da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt), também trouxe diferentes recortes sobre o home office no Brasil. De acordo com o levantamento, 72% das empresas pesquisas pretendem continuar com o trabalho remoto.
Empresas dos segmentos de tecnologia da informação (TI), químico e papel e celulose são as que mais aderiram à prática. Luis Otávio Camargo Pinto, presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt), acredita que a tendência do mercado de trabalho é de que empresas comecem a adotar mais o sistema híbrido.
“Muitas empresas, segundo pesquisas recentes, passarão a adotar o trabalho híbrido, ainda que o home office esteja presente em apenas um dia da semana”, afirma.
Regiões
O estudo do Ipea concluiu que a região Sudeste (58,3%) é a que possui a maior concentração de pessoas em home office, seguida pelo Nordeste (16,1%), Sul (14,7%), Centro-Oeste (7,6%) e Norte (3,3%).