LOC: O professor de Direito Tributário do Ibmec Thiago Sorrentino alertou, esta semana, para as consequências financeiras e administrativas que os municípios menores terão, com a nova Lei de Licitações. A nova legislação deveria ser implantada em abril deste ano, mas os gestores públicos ganharam mais tempo para se adaptarem às novas regras. O governo estendeu o prazo, atendendo a um pedido da Confederação Nacional de Municípios (CNM), feita ao final da Marcha dos Prefeitos a Brasília.
Sorrentino destacou que milhares de prefeituras não possuem funcionários preparados, nem condições técnicas para atender todas as exigências da nova legislação, que foi criada para substituir a antiga lei 8666 (que disciplina as diversas formas de contratação na gestão pública).
O especialista adverte: o município que não se adequar à Lei, a partir de dezembro deste ano, vai enfrentar sérias consequências financeiras e administrativa. Mesmo que o prefeito não tenha a intenção de fazer algo irregular ou ilegal, ele pode sofrer consequências desagradáveis, caso a prefeitura não faça as adaptações necessárias.
TEC/SONORA: Thiago Sorrentino, professor de Direito Tributário do Ibmec Brasília
“Dependendo da conduta desses gestores, eles podem sofrer pena privativa de liberdade, serem obrigados a ressarcir com o próprio patrimônio eventuais gastos. Então, realmente os municípios têm razão para se preocuparem e para tentar se adaptar – o mais rápido possível – à nova legislação.”
LOC: O advogado Ariel Queiroz Bezerra, especialista em Direito Regulatório, Legislativo e Administrativo, explicou que a nova Lei de Licitações foi criada em 2021 e os gestores públicos tiveram dois anos de prazo para se adaptarem ao novo modelo, antes que fosse revogada a atual legislação.
TEC/SONORA: Ariel Queiroz Bezerra, advogado especialista em Direito Regulatório, Legislativo e Administrativo
“A MP 1167 de 2023, editada pelo governo Lula, prorrogou a vigência da lei 8666 - a antiga lei de licitações - para até 29 de dezembro de 2023. Com isso, os municípios vão ganhar mais tempo para se adaptar, para treinar os seus servidores para aplicar a nova lei de licitação.”
LOC: De acordo com o presidente da CNM, Paulo Roberto Ziulkoski, o governo dará apoio técnico para que os gestores possam se adequar à lei. Além disso, segundo ele, a entidade também pretende ajudar os prefeitos na capacitação dos servidores municipais, para a necessária adaptação à nova legislação de licitações.
Reportagem: José Roberto Azambuja