LOC.: No próximo dia 10, a União deve repassar aos municípios 4,1 bilhões de reais relativos aos primeiros dez dias de outubro, do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM. O valor é 11% maior se comparado ao primeiro decêndio de setembro deste ano.
Mas quando comparamos com os números do mesmo período de 2022, o repasse do FPM segue a tendência de queda. Nesta primeira transferência de outubro a redução foi de 13%.
Para o assessor de orçamento César Lima apesar da queda, em relação ao ano passado, esse repasse mostra uma retomada do crescimento.
TEC/SONORA: assessor de orçamento, César Lima
“A boa impressão que passa é que nós estamos numa curva ascendente, que vem se retomando o crescimento da arrecadação e isso se refletindo no FPM. O que é muito bom para os municípios que vem passando por grandes dificuldades fiscais nesse início de segundo semestre. “
LOC.: No município de Posse, São Paulo, de 23 mil habitantes, na região metropolitana de Campinas, o FPM representa um terço da arrecadação. A receita maior, segundo o prefeito João Leandro Lolli, vem do ICMS. O gestor conta que vem pisando no freio dos gastos e precisou fazer cortes por conta da queda nos repasses dos últimos meses.
TEC/SONORA: João Leandro Lolli, prefeito de Santo Antônio de Posse, SP
“Não só o FPM, mas o ICMS também caiu bastante. Estamos fazendo contenção de gastos, dispensando pessoal, cortamos primeiro os comissionados, vamos fechar a folha e pagar o 13º com muita dificuldade.”
LOC.: Segundo o prefeito, a primeira consequência para a cidade é a interrupção dos investimentos. Obras e outras melhorias são as primeiras a pararem quando se passa por uma situação de crise econômica. De acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (SIAFI), até o dia 4 de outubro, 6 municípios estavam impedidos de receber recursos federais, inclusive o FPM. Esses bloqueios podem acontecer por diversas razões, entre elas a ausência de pagamento da contribuição ao Pasep, dívidas com o INSS e com a inscrição da dívida ativa — e ainda a falta de prestação de contas no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops), entre outras.
Reportagem, Lívia Braz