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O Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox em 2024, uma média de 40 a 50 novas infecções por mês, segundo o Ministério da Saúde. Em agosto de 2022, quando o país teve um pico da doença, foram contabilizadas mais de 40 mil notificações. Um ano depois, em agosto do ano passado, o número caiu para pouco mais de 400.
Nesta quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde chegou a declarar o surto de Mpox em curso na África como emergência de saúde global. A entidade convocou o comitê de emergência sobre a doença em meio ao receio de que uma cepa mais perigosa do vírus, o clado Ib, tivesse atingido quatro províncias da África anteriormente não afetadas.
Durante o webinário "Situação Epidemiológica e Resposta à Mpox no Brasil", realizado nesta terça-feira (13) pela pasta, o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, reforçou que o Brasil não está em situação de emergência de saúde pública, mas recomenda que estados e municípios façam a vigilância local dos casos.
“Precisamos estar atentos para fortalecer a nossa vigilância, nossas estratégias de detecção, para que a gente possa ter uma detecção oportuna, caso o cenário epidemiológico no Brasil venha a sofrer alguma alteração. Mas destacar principalmente a importância das vigilâncias em nível local, nos municípios e nos estados. Cada local se organiza de uma forma. No Ministério da Saúde, a vigilância de Mpox está no Departamento de HIV, Aids, Tuberculose e Hepatites. Então, a gente respeita muito a autonomia de municípios e estados.”
As amostras biológicas colhidas pelos municípios podem ser encaminhadas para um dos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) ou um dos três laboratórios de referência nacional que realizam exame diagnóstico para Mpox. Segundo o Ministério da Saúde, todo o país está abastecido com insumos para a testagem.
A Mpox é uma doença zoonótica viral, ou seja, a transmissão pode acontecer tanto pelo contato com pessoas e materiais contaminados com o vírus quanto com animais silvestres infectados.
Os principais sintomas são:
A infectologista Joana D’arc Gonçalves detalha os sintomas:
“No início, são sintomas inespecíficos, como febre, mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo. Depois de alguns dias, a febre vai diminuindo e começam a aparecer algumas manchas no corpo, que acabam evoluindo para algumas bolhas. E essas bolhas evoluem para uma crosta que, com os dias, caem. Geralmente as feridas são muito comuns na palma das mãos, planta dos pés. Mas alguns indivíduos podem ter lesões no corpo inteiro, na mucosa oral, vaginal, órgãos genitais. E os sintomas podem ser desde leves até graves e algumas pessoas podem até vir a óbito.”
O tratamento é feito com medidas de suporte clínico para aliviar os sintomas e prevenir complicações e sequelas. “O tratamento para quem está infectado de forma grave, severa, com muitas lesões disseminadas pelo corpo, alguns hospitais têm utilizado antivirais como tecovirimat e outros como uma tentativa de controle da disseminação da doença. Mas muita coisa está em estudo ainda para ver a questão de eficácia e de segurança”, explica a infectologista.
Uma vez que a transmissão do vírus Mpox ocorre por contato com gotículas e outras secreções respiratórias, a principal recomendação é que as pessoas doentes fiquem em casa.
“Para a pessoa que está doente, [a recomendação é] para que ela fique em casa pelo menos até que as crostas caiam, até que as feridas sequem. Depois também evitar tocar em objetos, cobrir a lesão, para não contaminar o ambiente. E caso [precisar] sair e ter em contato com outras pessoas, o ideal é usar máscara para evitar a disseminação das gotículas infectantes”, orienta.
Para quem não está infectado, a doutora Joana D’arc recomenda a vacinação. Atualmente, o imunizante contra a Mpox está disponível gratuitamente no SUS para pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença, como:
Saiba mais no site do Ministério da Saúde.
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