LOC.: Evitar o desperdício no início da cadeia produtiva, garantir a maior utilização de produtos e materiais e regenerar sistemas naturais. É nesses três pilares que se baseia a economia circular: um conceito simples, fundado em fazer com que os materiais circulem com a maior vida útil possível.
Um dos exemplos mais bem sucedidos de reciclagem e economia circular é o que o Brasil faz com relação ao alumínio. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio, a Abralatas, mostram que em 2022 o país se tornou um dos maiores recicladores do mundo, atingindo 100% das latas usadas.
Presidente-executivo da Abralatas, Cátilo Cândido explica que os benefícios da economia circular vão além do meio ambiente.
TEC/SONORA: Cátilo Cândido, Presidente executivo da Abralatas
“A nossa indústria não se destaca pela reciclagem, mas é um produto que — num ciclo rápido de 60 dias, até virar uma lata novamente — gera inúmeros benefícios, não só ambientais, mas econômicos e sociais também.”
LOC.: Segundo o economista e professor da FAAP-SP Sillas Souza, somos referência mundial quando o assunto é energia limpa. Nossa matriz energética, em geral, é renovável, o que dá destaque ao Brasil em economia circular.
TEC/SONORA: Sillas Souza, economista e professor da FAAP-SP
“Enquanto o mundo ainda queima muito carvão, a gente usa água, um pouco de sol e cada vez usamos mais vento, nisso nós já somos mais ecológicos. Nós inventamos — em larga escala, o carro mocidade à álcool. A gente usa recursos naturais e renováveis enquanto o mundo usa esses recursos não-renováveis.”
LOC.: O Fórum da Geração Ecológica — que funcionou na Comissão de Meio Ambiente do Senado entre 2021 e 2022 — rendeu frutos. Um deles foi o projeto de lei criado para incentivar os setores público e privado e toda a sociedade a adotarem práticas da economia circular, ou seja, que utilizem resíduos e priorizem a não-geração deles.
O relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos, o senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, afirmou que há um conjunto de medidas que fomentam a transição da economia linear para a circular, como a utilização das compras públicas, por exemplo. Para o parlamentar, a transição deve ser integrada entre indústria, serviços, comércio e consumidores. Ele ainda diz que os órgãos públicos devem dar o exemplo, estimulando a contratação de empresas através de requisitos de sustentabilidade, reaproveitamento e, obviamente, preço de compra.
Reportagem, Lívia Braz