Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Inflação desacelera em julho para famílias de baixa renda, mas sobe para demais classes

Segundo Ipea, a taxa de inflação ficou em 0,09% para as famílias de renda muito baixa, 0,18% para as de renda baixa e 0,8% para as de renda alta


A taxa de inflação desacelerou em julho para as famílias de renda baixa ou muito baixa, mas subiu para as demais classes na comparação com o mês anterior. A informação é do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Em julho, a taxa de inflação ficou em 0,8% para as famílias de renda alta, frente aos 0,04% registrados em junho. Já entre as famílias de renda baixa e muito baixa, os índices foram de 0,18% e 0,09% no mês passado, respectivamente — uma queda em comparação aos 0,29% de junho.

O levantamento do Ipea também mostra que as famílias de renda muito baixa seguem com a menor taxa de inflação acumulada em 12 meses (4,05%), enquanto para quem tem renda alta, a taxa é a mais elevada no período (5,09%).

O presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (SINDECON-SP) Carlos Eduardo Oliveira Junior explica a diferença dos indicadores de inflação entre as classes sociais no país.

“A desaceleração da inflação para as famílias de renda mais baixa, em julho, pode ser explicada por uma combinação de fatores. Itens de consumo essenciais experimentaram uma redução de preço e estabilidade, o que impacta mais diretamente nessas famílias. Por outro lado, a elevação da inflação para as classes de renda mais alta pode estar relacionada ao encarecimento de bens e serviços que têm maior peso nos padrões de consumo, como produtos e serviços de maior valor agregado, educação, viagens.”

As principais quedas nos preços foram observadas no grupo de alimentos e bebidas, como cereais (-0,77%), tubérculos (-16,3%), frutas (-2,8%), aves e ovos (-0,65%) e leites e derivados (-0,41%). Essas reduções causaram forte alívio inflacionário, principalmente, para as famílias de menor poder aquisitivo que gastam a maior parte do orçamento na compra desses bens.

Já o aumento de preços da conta de energia elétrica (1,9%), devido à adoção da bandeira tarifária amarela, e do gás de botijão (1,2%) explicam a contribuição do grupo habitação para o aumento inflacionário de julho, especialmente para as famílias de renda mais baixa.

As famílias de renda alta, por sua vez, foram mais atingidas pelos reajustes de 3,3% dos combustíveis, de 4,4% do seguro veicular e de 19,4% das passagens aéreas. O aumento do preço de serviços pessoais (0,55%) e de lazer (0,52%) também contribuíram com a pressão inflacionária para pessoas com maior poder aquisitivo.

Na comparação com julho de 2023, o Ipea revela um avanço da inflação para todas as faixas de renda, com impacto mais intenso entre as famílias de renda muito baixa. Nesse mesmo período do ano passado, esse perfil de renda registrou uma deflação de 0,28%, frente à inflação de 0,09% desse ano.

Para conferir os detalhes do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, acesse o link.

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LOC.: A taxa de inflação desacelerou em julho para as famílias de renda baixa ou muito baixa, mas subiu para as demais classes na comparação com o mês anterior. A informação é do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Em julho, a taxa de inflação ficou em 0,8% para as famílias de renda alta, frente aos 0,04% registrados em junho. Já entre as famílias de renda baixa e muito baixa, os índices foram de 0,18% e 0,09% no mês passado, respectivamente — uma queda em comparação aos 0,29% de junho.

O levantamento do Ipea também mostra que as famílias de renda muito baixa seguem com a menor taxa de inflação acumulada em 12 meses (4,05%), enquanto para quem tem renda alta, a taxa é a mais elevada no período (5,09%).

O presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo Carlos Eduardo Oliveira Junior explica a diferença dos indicadores de inflação entre as classes sociais no país.

TEC./SONORA: Carlos Eduardo Oliveira Junior, presidente do SINDECON-SP

“A desaceleração da inflação para as famílias de renda mais baixa, em julho, pode ser explicada por uma combinação de fatores. Itens de consumo essenciais experimentaram uma redução de preço e estabilidade, o que impacta mais diretamente nessas famílias. Por outro lado, a elevação da inflação para as classes de renda mais alta pode estar relacionado ao encarecimento de bens e serviços que têm maior peso nos padrões de consumo, como produtos e serviços de maior valor agregado, educação, viagens.”


LOC.: As principais quedas nos preços foram observadas no grupo de alimentos e bebidas, como cereais, tubérculos, frutas, aves e ovos e leites e derivados. Essas reduções causaram forte alívio inflacionário, principalmente para as famílias com menor poder aquisitivo que gastam a maior parte do orçamento para a compra desses bens.

Já o aumento de preços da conta de energia elétrica, devido à adoção da bandeira tarifária amarela, e do gás de botijão explicam a contribuição do grupo habitação para o aumento inflacionário de julho, especialmente para as famílias de renda mais baixa.

As famílias de renda alta, por sua vez, foram mais atingidas pelos reajustes dos combustíveis, do seguro veicular e das passagens aéreas. O aumento do preço de serviços pessoais e de lazer também contribuíram com a pressão inflacionária para pessoas com maior poder aquisitivo.

Na comparação com julho de 2023, o Ipea revela um avanço da inflação para todas as faixas de renda, com impacto mais intenso entre as famílias de renda muito baixa. 

Reportagem, Paloma Custódio