Data de publicação: 16 de Fevereiro de 2023, 04:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) aponta que os empresários do setor estão mais confiantes para os próximos seis meses em relação à economia e às empresas que comandam. O levantamento, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra um avanço de 2 pontos entre janeiro e fevereiro e transforma um cenário de desconfiança em um de confiança no segmento industrial. O ICEI passou de 48,6 para 50,6 pontos e quebrou uma sequência de quatro meses de queda de confiança.
Por outro lado, a percepção em relação às condições atuais se intensificou. O Índice de Condições Atuais, um dos componentes do ICEI, recuou 2,4 para 45,9 pontos. Segundo a pesquisa, isso indica uma piora mais forte e disseminada na análise dos empresários quando o assunto é a situação da empresa e da economia brasileira. A economista da CNI Larissa Nocko explica que o índice é composto por quatro elementos.
“O empresário é questionado com relação a como estão as condições atuais da economia brasileira e da empresa e como estão as expectativas para os próximos seis meses com relação à economia brasileira e à empresa. O índice de condições atuais, que reúne esses dois primeiros temas, mostrou uma intensificação dessa queda, ou seja, existe uma percepção de piora das condições atuais da economia por parte do empresário. Já o índice de expectativas mostrou uma melhora, uma recuperação”, afirma.
O Índice de Expectativas aumentou 4,1 pontos para 52,9 pontos. Ao cruzar a linha divisória dos 50 pontos, o indicador demonstra uma transição do pessimismo ao otimismo do setor industrial com relação aos próximos seis meses. Larissa Nocko afirma que apesar do movimento de avanço na confiança, o ICEI não recuperou o patamar da maior parte do ano passado e está abaixo da média histórica. Ela destaca a desaceleração da economia registrada no final de 2022.
“Apesar desse movimento de avanço na confiança, o índice ainda não recuperou o patamar que foi praticado ao longo da maior parte de 2022 e também está abaixo da média histórica. Vale lembrar também que a atividade econômica encerrou o ano de 2022 em desaceleração, então perdendo o ritmo de crescimento que vinha em curso. E isso associado às altas taxas de juros impõe um cenário bastante desfavorável para o setor produtivo”, explica.
De acordo com a Sondagem Industrial da Construção, também divulgada pela CNI, as taxas de juros elevadas foram o principal obstáculo para o setor no quarto semestre de 2022. Este foi apontado por 30,6% das empresas pesquisadas como o principal problema enfrentado. No trimestre anterior, as altas taxas já ocupavam o primeiro lugar no ranking das dificuldades enfrentadas pelo setor, com o crescimento de 0,6 ponto percentual. A elevada carga tributária também foi destaque negativo indicado pelo levantamento.
A indústria responde por 23,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega cerca de 10,3 milhões de trabalhadores, além de pagar os melhores salários. O setor também é responsável por 71,8% das exportações brasileiras de bens e serviços e por 34,4% da arrecadação de tributos federais, com exceção de receitas previdenciárias. O levantamento contou com a participação de 1.372 empresas, entre os dias 1º e 7 de fevereiro de 2023, sendo 564 de pequeno porte, 482 de médio porte e 326 de grande porte.