LOC.: 4 a cada 10 brasileiros já foram vítimas de golpes e fraudes financeiras no país, o que representa 42% dos brasileiros. Os dados são do “Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024”, um levantamento feito pelo Serasa Experian. Os tipos de golpes mais relatados pelos consumidores foram o de uso de cartões de crédito por terceiros ou o cartão falsificado, por 39% das pessoas. Já as fraudes financeiras ficaram em segundo lugar, com 32%, – sendo pagamento de boleto falso ou pix.
A especialista em Consumidor, Renata Nicodemos, sócia do escritório Ernesto Borges Advogados de Campo Grande (MS), menciona que, caso seja vítima de golpe ou fraude financeira, o cidadão possui diversos direitos perante a justiça.
TEC./SONORA: Renata Nicodemos, especialista em Consumidor, sócia do escritório Ernesto Borges Advogados de Campo Grande (MS)
“Os consumidores vítimas de fraude têm direito de contestar essas transações fraudulentas para que a instituição financeira verifique essas operações que foram realizadas. Ele também pode solicitar o bloqueio imediato do cartão e receber toda assistência e suporte durante esse processo de contestação e de investigação da fraude.”
LOC.: No cenário de golpes, as empresas não estão isentas do perigo. O levantamento mostra que a preocupação das empresas sobre a recorrência de golpes aumentou 58% em um ano.
O professor e advogado especializado em Direito Digital, Lucas Karam, destaca que para mitigar eventual prejuízo para empreendimentos ocasionado por fraude de cartão de crédito é necessário, principalmente, atenção quanto à escolha da intermediadora de pagamentos.
TEC./SONORA: Lucas Karam, professor e advogado especializado em Direito Digital
“Essa intermediadora necessita ter uma alta tecnologia e um fluxo efetivo para a realização da análise de crédito para verificar se é realmente aquela pessoa que é proprietária daquele cartão que está realizando aquela aquisição.”
LOC.: Ainda de acordo com dados do estudo, após sofrer uma fraude, 87% dos respondentes disseram que a preocupação com o tema “aumentou”.
Segundo a neuropsicóloga Aline Gomes, ao cair em algum golpe financeiro, a pessoa passa por diferentes estágios de emoções e sensações. No curto prazo, raiva, tristeza, vergonha, desamparo e até a culpa. Além disso, cair em golpe pode agravar fobias e transtornos.
TEC./SONORA: Aline Gomes, neuropsicóloga
“Esse quadro coloca o brasileiro num estado de alerta e ansiedade que acabam consumindo sua energia mais do que deveria e precisaria. Significa que o brasileiro deverá dedicar uma parte de sua atenção e foco para algo que indica alerta e perigo, sendo que essa atenção e esse foco poderiam ser destinados a algo mais edificante e produtivo. Dependendo do histórico de saúde do indivíduo e do impacto que o golpe teve na vida, pode haver um agravamento de fobias e transtornos.”
LOC.: Os golpes e as fraudes financeiras causam prejuízos aos consumidores. Segundo o estudo, do percentual de 42% dos brasileiros que já foram vítimas de golpes, 57% tiveram perda financeira de R$ 2.288 em média, o que equivale a quase um mês e meio de trabalho de quem recebe um salário-mínimo.
O levantamento coletou 804 entrevistas via painel online entre os dias 7 e 22 de novembro de 2023 com pessoas físicas e 331 pessoas jurídicas (PJs).
Reportagem Bianca Mingote