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Goiás registrou um aumento de 37,8 mil pessoas ocupadas no setor do comércio, entre 2012 e 2021. Os dados constam na Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento comparou as características estruturais do segmento empresarial da atividade de comércio, num período de 10 anos. Segundo o estudo, em 2021 o setor ocupou um total de 348.358 pessoas, no GO. Em 2012, eram 310.512 pessoas.
A pesquisa avalia os três principais segmentos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado; e comércio varejista. Segundo o IBGE, houve acréscimo de 7,54% no número de unidades locais com receita de revenda das empresas comerciais no GO. O total de unidades locais passou de 63,7 mil em 2012, para 68,5 mil em 2021.
Também houve perda de 1,4 mil unidades no comércio varejista e de 412 unidades no comércio de veículos, peças e motocicletas. Por outro lado, o comércio atacadista apresentou aumento de 673 unidades.
De acordo com o estudo, em 2021 o salário médio mensal percebido por trabalhadores em cada divisão de atividades aumentou para 1,7 salários mínimos. Em comparação a 2012, o salário médio recebido no comércio por atacado e de veículos, peças e motocicletas obteve um aumento de 2,8 e 1,9, respectivamente em 2021. O salário médio no comércio varejista permaneceu constante (1,4 salário mínimo).
Dentro dessa situação, o economista Aurélio Trancoso destaca que, diante dos resultados, é possível notar que os melhores salários do país em relação ao setor se concentram nas regiões Sul e Sudeste, que, por sua vez, também são as regiões que mais empregaram pessoas até 2021.
“Teve um aumento pequeno, mas teve. Depois, o Centro-Oeste, com aumento praticamente igual ao do Brasil, acompanhou o aumento brasileiro. E você tem Norte e Nordeste com os menores aumentos em termos de salário. Quando você fala de pessoas ocupadas, as regiões Sul e Sudeste são as que mais empregam e também são as que dão melhores salários”, diz.
Com esses resultados, a receita bruta do Goiás em 2021 dobrou de valor, em comparação ao ano de 2012, registrando R$ 220,4 bilhões. Do total, R$ 84,5 bilhões (39,3%) foram gerados no comércio varejista; R$ 114,6 bilhões (52%) no comércio por atacado; e R$ 21,2 bilhões (9,6%) no comércio de veículos, peças e motocicletas.
O economista Luigi Mauri observa que, apesar da relativa melhora que ocorreu no comércio, não houve uma recuperação total com relação ao período pré-pandemia. Ainda segundo o especialista, houve mudanças no comportamento de consumo dos brasileiros.
“Até 2021, a gente consegue observar claramente que o consumidor teve uma preferência por vendas online, quer dizer, as vendas físicas no comércio diminuíram e as vendas online cresceram. Ainda não é a predominância, mas elas tiveram um bom destaque nesse período até 2021. Isso pode apontar uma tendência para os próximos anos de o consumidor preferir comprar do conforto da sua casa, online, em vez de ir ao comércio fisicamente”, explica.
O IBGE realiza a Pesquisa Anual de Comércio desde 1996. Segundo o instituto, as informações retratadas na PAC são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.
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