
LOC.: O Fundo Nacional de Mudanças do Clima deve passar de R$ 634 milhões em 2023 para R$ 10 bilhões e 400 milhões em 2024, segundo estimativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O objetivo é tornar o Fundo Clima, parcela de recursos gerida pelo BNDES, o principal veículo para a transição energética brasileira. A estimativa foi apresentada pela secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, em seminário na Câmara dos Deputados, no último dia 9.
A principal fonte de recursos serão os Títulos Soberanos Sustentáveis — instrumento que visa à captação de recursos para o desenvolvimento sustentável. Em debate preparativo para a COP28, promovido pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, a economista e assessora do Ministério da Fazenda Carina Vitral explica que os valores vão incrementar o Fundo do Clima e garantir maior efetividade do mecanismo.
TEC./SONORA: Carina Vitral, economista e assessora do Ministério da Fazenda
“O fato é que esse recurso vai assegurar financiamento via BNDES com conteúdo local, o que pode incentivar a indústria local e com financiamento competitivo, tanto para áreas que o mercado já reconhece como grandes potenciais como a transição energética, o hidrogênio verde, mas também em setores menos estruturados.”
LOC.: O CEO da Natural Intelligence, Gustavo Pimentel, destacou que, além de financiamento, é necessário criar condições de demanda. Ele defendeu a implementação de incentivos como existem no setor de energia solar.
TEC./SONORA: Gustavo Pimentel, CEO da Natural Intelligence
“Então se hoje a gente tem, por exemplo, a energia solar no Brasil, rodando basicamente em um lógica do setor privado é porque as condições tecnológicas são hoje favoráveis, porque tem demanda dos consumidores por energia, a parte regulatória está nem desenhada, a parte tributária também está, então hoje não precisa ter financiamento concessional ou blending para energia solar, por exemplo.”
LOC.: No evento, o assessor da diretoria de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Marcelo Miterhof, defendeu a importância de mobilizar recursos para financiar a transição energética e ecológica no país. Ele adianta que a iniciativa do Ministério da Fazenda vai permitir financiamento com custo reduzido, de 6% a 8% ao ano.
O tema financiamento sustentável deve ser um dos pontos centrais a ser debatido na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP28, que acontece entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.
Reportagem, Fernando Alves