LOC.: Durante a pandemia causada pela Covid-19, em que as pessoas precisaram se recolher dentro de casa, um triste cenário se repetiu por todo o país: portões das escolas fechados e alunos distantes das salas de aulas. Por isso, a volta às aulas em formato presencial é um momento bastante aguardado pela população brasileira. Há alguns meses o Governo Federal, entidades de educação, secretárias estaduais e municipais debatem o assunto para definir a melhor forma de realizar essa retomada às aulas. Para Cecilia Motta, que é secretária de Educação do Mato Grosso do Sul e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), ainda há muitos debates e ações a serem desempenhados para que a educação no Brasil possa se reestruturar, uma vez que a pandemia da Covid-19 alargou as desigualdades entre a qualidade de ensino e oportunidade entre os estudantes.
TEC./SONORA: Cecilia Motta, secretária de Educação do Mato Grosso do Sul e presidente do Consed.
“A diversidade já existe, a pandemia só escancarou isso. Quem não teve tecnologia para estudar, na verdade é porque já não tinha antes mesmo, tinha menos condições. Quer dizer que a desigualdade social, que já existia, aumentou nesse momento. Mas eu gostaria de destacar o esforço dos professores, diretores e coordenadores que nos surpreenderam com sua criatividade e sua garra fazendo com que o aluno perdesse o mínimo possível, fazendo com que os impactos [da pandemia] fossem o menor possível.”
LOC.: Mesmo considerando que os impactos da pandemia de Covid-19 no ensino brasileiro possam perdurar por alguns anos, a reinvenção na forma de ensinar fez com que 2020 não fosse um ano perdido para os mais de 36 milhões de alunos espalhados por quase 117 mil escolas pelo país. É o que afirma o coordenador de projeto do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo.
TEC./SONORA: Ivan Gontijo, coordenador de projeto do Todos Pela Educação.
“A gente teve uma mobilização muito grande das secretarias [de educação], dos professores, dos diretores, dos estudantes para a educação não parar, para a gente conseguir migrar para o ensino remoto. Lógico, o ensino remoto não chegou para todo mundo, mas eu acho que a educação não parou. Então eu não diria que esse foi um ano perdido, mas foi o ano mais difícil da história da educação básica. A questão é que dizer que não foi o ano perdido não significa a gente não reconhecer todos os impactos que esse ano teve.”
LOC.: Um exemplo de medida adotada em favor desse retorno foi o investimento feito pelo Ministério da Educação para as escolas públicas por todo o país no valor total de R$ 454 milhões para aquisição de materiais e insumos necessários para prevenir a transmissão da Covid-19 entre estudantes e profissionais da rede básica.