LOC.: Além de ser uma das doenças que mais matam no mundo, o câncer continua causando medo e tristeza em quem recebe esse diagnóstico. Mas a tecnologia e a ciência, cada dia mais evoluídas e precisas, surgem como esperança mais tratamentos mais eficazes e menos invasivos para os pacientes.
E a cirurgia robótica está entre essas inovações da ciência que aumentam a precisão nas intervenções e reduzem a margem de erro. O cirurgião urológico especialista em Uro oncologia e cirurgia robótica, Vitor Sifuentes, explica tudo sobre a técnica que chegou à rede privada de saúde no Brasil em 2008, mas ainda é pouco usada na rede pública. Entre os motivos está o preço e a falta de capacitação dos profissionais que operam os equipamentos.
TEC./SONORA: Vitor Sifuentes, cirurgião urológico especialista em Uro oncologia e cirurgia robótica
“O robô, hoje, não faz a cirurgia sozinho, como muita gente imagina. Ele é só uma ferramenta que a gente acopla as pinças e a gente faz a cirurgia guiada por um console. A gente senta nesse console e ali, por meio dele, a gente tem uma visão magnífica, os tremores do cirurgião são filtrados e a gente consegue ter um movimento muito mais preciso e correto.”
LOC.: Usada para operar quase todo tipo de câncer urológico, a cirurgia robótica hoje também é indicada para todas as patologias ginecológicas, intra abdominais ou intratorácicas. Como câncer de útero, pulmão, intestino, cólon. O médico explica as principais vantagens do método.
TEC./SONORA: Vitor Sifuentes, cirurgião urológico especialista em Uro oncologia e cirurgia robótica
“A gente tira menos tecidos, então a gente consegue ser mais preciso, ser mais conservador. É uma técnica minimamente invasiva, a gente tira menos tecido com mais precisão do que realmente está tirando a doença inteira. Na próstata, por exemplo, a gente consegue tirar só o tecido prostático, mantendo as estruturas vitais, como nervos, veias, que vão ajudar na recuperação do paciente, para ele não ter uma para disfunção erétil, para ele não ter uma incontinência urinária. Ele nos dá mais precisão para tirar menos tecidos e ser minimamente invasivo.”
LOC.: Com tempo de cirurgia e de internação menores, o risco de complicações também diminui, permitindo que o paciente seja liberado mais rapidamente do hospital. Apesar disso, ainda é considerada uma cirurgia cara e restritiva. A maior parte dos convênios cobre o procedimento, mas alguns hospitais têm taxas específicas do robô. Outra restrição é com relação ao número de médicos treinados, que ainda são poucos no Brasil. Apesar das barreiras enfrentadas hoje, a cirurgia robótica é uma realidade do presente e uma esperança para o futuro da medicina em todo o mundo.
Reportagem, Lívia Braz