LOC.: Ao fim das eleições de 2024, o PSD se consagrou como o partido que elegeu mais prefeitos, com 890 candidatos vencedores. Na sequência aparecem MDB e PP, com 864 e 752 prefeitos eleitos, respectivamente.
Levantamento feito pelo Brasil 61 – que também levou em conta municípios com resultados sub judice – mostra, ainda, que o pleito deste ano cravou mais um desempenho ruim para a esquerda, no Brasil. Partidos dessa ala não tiveram êxitos expressivos, sobretudos em cidades maiores.
O PT, por exemplo, concluiu as eleições com prefeitos eleitos em 252 cidades. O PSB e o PC do B somaram, juntos, 332 vencedores. Segundo o cientista político Eduardo Grin, esse cenário demonstra a perda de espaço sofrida pela esquerda no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos.
TEC./SONORA: Eduardo Grin, cientista político
“A esquerda ainda está sofrendo as consequências do “mensalão” e do “petrolão” no nível municipal, que é diferente das eleições nacionais. O PT não elegeu, por exemplo, nenhum prefeito em capital em 2020 pela primeira vez. Muitos segmentos econômicos ainda seguem fortemente identificados com o bolsonarismo. O PL é, até hoje, nas maiores cidades, por exemplo, o partido que se sobrepõem às candidaturas apoiadas pelo presidente Lula.”
LOC.: Outro levantamento - feito pela Nexus – aponta que, a partir de 2025, prefeitos filiados a partidos de centro vão governar 52% do eleitorado do país. Já os da direita terão sob sua gestão 36% dos eleitores. Os de esquerda ficarão com 12%, que equivale a 17,8 milhões de pessoas.
Para o diretor de pesquisa da Nexus, André Jácomo, apesar do avanço da direita, os candidatos com discursos mais moderados conseguiram mais apoio do eleitorado.
TEC./SONORA: André Jácomo, diretor de pesquisa da Nexus
“Justamente por isso o centro segue sendo maioria. Com algumas exceções, as eleições municiais, de certa maneira, não repetiram a polarização nacional vivida em 2022. Em algumas capitais, o movimento dos eleitores foi em busca de alternativas que evitassem tanto os extremos da direita quanto da esquerda.”
LOC.: De acordo com o estudo, Mato Grosso, Goiás e Tocantins lideram o ranking de eleitores que estarão sob o comando da direita. Já Ceará, Pernambuco e Espírito Santo têm predominância da esquerda. O ranking do centro, por sua vez, é composto por Pará Amapá e Roraima.
Reportagem, Marquezan Araújo