LOC.: Dia 18 de junho é o Dia do Orgulho Autista. A data tem o objetivo de trazer conscientização à sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista e ajudar a acabar com os estigmas associados às pessoas autistas, que são cerca de dois milhões em todo o país.
De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o transtorno se caracteriza por atrasos e comprometimentos do desenvolvimento da linguagem verbal ou não-verbal, da interação social e do comportamento. Ações repetitivas, hiperfoco para objetos específicos e restrição de interesses são sinais que podem ajudar as famílias a procurar o diagnóstico, que ocorre, geralmente, a partir dos três anos.
Lucinete Ferreira Andrade, diretora da Associação Brasileira de Autismo Comportamento e Intervenção, a Abraci, explica que, não necessariamente, um autista vai apresentar todos esses sinais.
TEC./SONORA: Lucinete Ferreira Andrade, diretora da Abraci
“A gente está falando de um espectro, que é amplo. Não necessariamente todos têm as mesmas dificuldades ou deficiências. Varia de quadro para quadro. Por isso, o acompanhamento vai do quadro de cada indivíduo, em geral por meio de atividades que vão dar mais qualidade de vida”.
LOC.: Hoje com 19 anos, Francisco Marinucci foi diagnosticado como autista por volta dos três anos. A dificuldade dele em se comunicar e o atraso na fala logo foram percebidos pela família Marinucci, que desde então procurou dar assistência multiprofissional ao filho.
O suporte ajudou Francisco a descobrir prazer na natação, na música e na companhia de amigos, conta Raquel Marinucci, mãe do jovem. Ela afirma que o preconceito ainda está presente no dia a dia, mas que datas como o Dia do Orgulho Autista contribuíram para que mais pessoas se conscientizassem da condição do filho.
TEC./SONORA: Raquel Marinucci, mãe
“As pessoas entenderam que aquele comportamento que parece estranho é um jeito diferente das pessoas [autistas] se comportarem. Entenderam que isso pode ser nomeado e como que a gente pode tornar os ambientes mais acolhedores. Faz com que quem quer ser consciente e inclusivo possa também entender as melhores maneiras de atender [essas pessoas]”.
LOC.: De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 282 Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS iJ), 47 oficinas ortopédicas e 2.795 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Há também 263 Centros Especializados em Reabilitação (CER). Esses locais compõem a atenção especializada da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e oferecem assistência às pessoas autistas.
Reportagem, Felipe Moura.