LOC.: Reuniões pela manhã entre os líderes partidários definiram como deve ficar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada pelo governo eleito. Chamada de PEC da Transição, o acordo prevê a manutenção do valor de R$ 145 bilhões acrescidos ao Teto de Gastos, mas diminui para um ano esse acréscimo fiscal.
O pacto foi firmado na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Do valor total, o texto final vai destinar R$ 70 bilhões para o pagamento de R$ 600 por família beneficiária do Bolsa Família – que volta a se chamar assim após ter tido o nome alterado para Auxílio Brasil –, e do adicional de R$ 150 para cada criança de até 6 anos de idade.
Do encontro saiu outra novidade. Como o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional o “orçamento secreto” – como ficaram conhecidas as emendas parlamentares do relator (RP9) –, deputados dividiram a previsão orçamentária antes destinadas para essas despesas. Os R$ 19,4 bilhões previstos no orçamento de 2023 serão divididos igualmente entre o orçamento de despesas primárias discricionárias do governo federal (RP2) e as emendas parlamentares individuais (RP6).
Otimista quanto à aprovação do texto, o relator do orçamento do próximo ano, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) explica a novidade.
TEC./SONORA: Sen. Marcelo Castro (MDB-PI)
“9,7 bilhões de reais pela PEC, que será aprovada hoje aqui na Câmara, serão destinados à emendas individuais de parlamentares – deputados e senadores –. Esse valor das emendas individuais elas são iguais para todo mundo, cada parlamentar vai ter o mesmo valor da emenda individual”
LOC.: Esse incremento ao texto deverá ser aprovado também no Senado Federal, casa por onde a tramitação da PEC teve início. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já sinalizou que votaria ainda nesta terça-feira (20) eventuais mudanças feitas pelos deputados. No caso da diminuição da duração da PEC para um ano, não seria necessária nova votação por se tratar de supressão ao texto original.
O que também aguarda a definição da PEC é o orçamento de 2023. Presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO), o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) afirma esperar encerrar essa discussão ainda este ano.
TEC./SONORA: Dep. Celso Sabino (União Brasil-PA)
“Essa possibilidade de ficar para semana que vem não está descartada, porém, o calendário constitucional, o encerramento dos trabalhos legislativos ocorre no dia 22. Se nós não tivermos votado o orçamento até o dia 22, talvez possa ocorrer uma convocação extraordinária para que seja votado ainda dentro deste ano e o governo eleito já possa contar com o orçamento para janeiro".
LOC.: Além das verbas destinadas para o Bolsa Família, a PEC da Transição abarca outros gastos, como usar R$ 65 bilhões para recompor todo o orçamento das áreas que possuírem déficit de recursos, R$ 6,8 bilhões para o aumento do salário mínimo e R$ 2,8 bilhões para o aumento dos servidores do Executivo.
Reportagem, Álvaro Couto.