Indústria - Foto: Aleksandarlittlewolf/Freepik
Indústria - Foto: Aleksandarlittlewolf/Freepik

SÃO PAULO: Cresce demanda por profissionais com nível técnico e superior

Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, serão necessários mais de 580 mil profissionais capacitados em nível técnico e 360 mil em nível superior, até 2025

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

Um estudo do Observatório Nacional da Indústria aponta crescimento da demanda por profissionais com nível técnico e superior em São Paulo. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, até 2025, serão necessários 583.659 profissionais capacitados em nível técnico e 364.029 em nível superior para atender o mercado de trabalho paulista.

Apesar da demanda por profissionais com nível de qualificação ser maior - 1.432.079 capacitados com menos de 200 horas e 684.359 com mais de 200 horas - a necessidade por ocupações em nível superior se mostra uma tendência, como explica o gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra.

“O nível superior cresce sem dúvida a uma taxa muito elevada. Então, é preciso entender que fazer educação profissional não é o fim de uma trajetória. Profissionais que fazem qualificação profissional, fazem curso técnico e depois caminham para o ensino superior são profissionais extremamente valorizados no mercado de trabalho, pela experiência, pela prática e também pela formação”, avalia.

Laura Jorge Donato é analista e desenvolvedora de sistemas em Mococa, interior de São Paulo. Formada há quatro anos em nível superior, ela conta o que a motivou a entrar na área de tecnologia da informação.

“A área de tecnologia da informação segue crescendo muito. Hoje, existem muitas oportunidades no mercado, mas não tem profissionais o suficiente para suprir a demanda. Minha primeira oportunidade foi na faculdade, como estagiária. E hoje tenho quatro anos e quatro meses de empresa”, relata.

Ocupações

Em São Paulo, as ocupações que mais vão demandar profissionais capacitados em nível superior são:

  • Analistas de tecnologia da informação: 17.456 em formação inicial e 107.511 em aperfeiçoamento
  • Gerentes de comercialização, marketing e comunicação: 3.927 em formação inicial e 27.459 em aperfeiçoamento
  • Gerentes de tecnologia da informação: 2.259 em formação inicial e 16.464 em aperfeiçoamento
  • Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública: 2.351 em formação inicial e 14.572 em aperfeiçoamento

Já as ocupações que mais vão demandar profissionais capacitados em nível técnico, em São Paulo, são:

  • Técnicos de controle da produção: 10.173 em formação inicial e 58.024 em aperfeiçoamento
  • Técnicos de planejamento e controle de produção: 11.771 em formação inicial e 46.186 em aperfeiçoamento
  • Especialistas em promoção de produtos e vendas: 4.397 em formação inicial e 29.927 em aperfeiçoamento
  • Técnicos em eletrônica: 7.539 em formação inicial e 21.940 em aperfeiçoamento
  • Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações: 6.344 em formação inicial e 20.957 em aperfeiçoamento

Márcio Guerra explica que há diferenças nas ocupações mais demandadas entre os estados. Isso se deve à dimensão do país e à complexidade da economia brasileira. Segundo ele, a heterogeneidade de recursos e de produção acaba refletindo essas características.

"Nós sabemos que, em alguns estados, há uma concentração industrial maior e em outras regiões, como a região Norte, há uma dispersão maior. Então a estrutura industrial, ou seja, os setores que são predominantes em determinadas regiões são diferentes.”

São Paulo precisa qualificar 3 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025

INDÚSTRIA: Demanda por profissionais com nível superior deve crescer 8,7% até 2025

Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025

Mapa do Trabalho Industrial

De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, o Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos três anos. Só em São Paulo são 3 milhões. Márcio Guerra explica que a projeção considera o contexto econômico, político e tecnológico do país.

“A partir da inteligência de dados, o objetivo do mapa é projetar a demanda por formação profissional de forma que essa informação sirva, não só para o Senai, mas também para uma discussão mais ampla sobre qual vai ser a demanda futura de profissionais no mercado de trabalho. É muito importante para a sociedade conhecer quais são as tendências, quais são as áreas que tendem ao maior crescimento, sobretudo na sua localidade, mas também entender quais profissões têm mais relevância, mais demanda, para que ele possa planejar a sua trajetória de formação profissional”, explica.

Segundo o deputado federal Alexis Fonteyne (Novo-SP), o indicador do Mapa do Trabalho Industrial tem um lado positivo e um negativo.

“Um lado, que eu diria positivo e benéfico, é a geração de oportunidades e empregos, que normalmente têm melhores salários e melhores posições. Só que, por outro lado, nós temos que ter estrutura para formar toda essa demanda. E essa demanda não é só no Brasil, é no mundo. E o Brasil tem perdido muitos talentos para o mundo. O grande desafio é ter as estruturas de formações mais técnicas, que é tão comum na Europa, o Brasil deixa muito a desejar.”

Confira outras informações do Mapa do Trabalho Industrial e a demanda de outros estados no link.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.