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A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da microrregião de Rosário, localizada no Norte do Maranhão. A região é formada, ainda, pelos municípios de Santa Rita, Icatu, Morros, Bacabeira, Presidente Juscelino, Axixá e Cachoeira Grande, que juntos concentram cerca de 15 mil pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
Na cidade de Santa Rita, mais de 5 mil quilombolas já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, de acordo com o Ministério da Saúde. O município contém a maior população quilombola da microrregião, com um total de 7.759 habitantes pertencentes a esse grupo.
Entre os imunizados está Maria Antônia Teixeira, conhecida na região como Antônia Cariongo. Aos 41 anos, a lavradora é representante do quilombo Cariongo e coordenadora do Comitê de Defesa dos Direitos dos Povos Quilombolas de Santa Rita e Região.
Para ela, toda a população quilombola precisa tomar a vacina. Como se trata de um meio para evitar a propagação da doença, ela incentiva a prática por parte de todos os moradores. “Conhecemos a realidade do nosso povo e temos em mente que a única forma de voltarmos a ter uma vida social, de buscarmos um emprego fora do nosso território é com a vacina. Eu me vacinei, minha família inteira se vacinou”, relata.
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Saúde do Maranhão para apurar o balanço da imunização da população quilombola do estado, além de saber qual a meta do governo local para esse propósito, mas até o fechamento desta matéria não recebemos nenhum retorno.
A informação mais atualizada disponível no site da Secretaria de Saúde do estado aponta que, até o dia 24 de junho, 105.687 pessoas desse grupo prioritário já tinham recebido a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus na Unidade da Federação e 23.960 receberam a dose 2.
Fonte: Ministério da Saúde/IBGE
O Maranhão é o terceiro maior estado do País em população quilombola, com mais de 170 mil habitantes, ficando atrás apenas da Bahia e de Minas Gerais. Por isso, são necessárias medidas que priorizem a vacinação de pessoas que integram esse grupo. Segundo a coordenadora de Atenção Básica de Santa Rita, Rauanny Muniz Lemos, as orientações do Ministério da Saúde para a vacinação estão sendo seguidas.
“Seguimos o calendário de acordo com o Ministério. Foi feita uma escala para todos os enfermeiros que trabalham na estratégia levarem a vacina na área quilombola. Conseguimos imunizar boa parte e, assim, evitar que essa população seja contaminada”, afirma.
No Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, divulgado em 16 de dezembro de 2020, grupos socialmente vulneráveis foram incluídos como prioridade no calendário de imunização. Entre eles, a população quilombola que vive em comunidades tradicionais e que, segundo o último levantamento realizado pelo IBGE, em 2019, representa mais de 1,3 milhão de brasileiros. Essa prioridade se faz necessária diante da falta de acesso desse público à saúde, já que grande parte vive em zonas rurais, afastadas do ambiente urbano.
Para facilitar o enfrentamento da Covid-19 entre quilombolas e indígenas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antecipou a divulgação da base de informações geográficas e estatísticas sobre essa população em maio de 2020. O levantamento foi realizado em 2019.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, até o dia 24 de junho foram confirmados 311.207 casos de Covid-19. Desse total, 8.841 pessoas morreram e 271.202 se recuperaram da doença.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 3.479.700 de doses de vacinas foram distribuídas no estado: 2.713.705 já foram aplicadas, sendo 2.135.288 para a primeira dose e 578.417 para a dose 2. Ainda de acordo com a Pasta, para o enfrentamento da doença, foram destinados ao estado mais de R$ 5 bilhões.
Mesmo que você já tenha sido vacinado, a recomendação é respeitar as medidas sanitárias para reduzir o risco de transmissão da doença. A vacina é segura e trata-se de uma das principais formas de proteção contra o novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal saude.gov.br/coronavirus ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.
Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança. Entre eles, uso de máscara de pano, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações. Para mais informações sobre a vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
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