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A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da região do Sertão de Crateús, no Ceará. A região é formada pelos municípios de Tamboril, Crateús, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Quiterianópolis e Independência, que, juntos, concentram mais de 8.200 pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados, segundo o Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE). Entretanto, os dados oficiais do IBGE apresentam discrepância em relação aos dados da Secretaria de Saúde do Ceará, que apontam que a região possui cerca de 3.777 habitantes quilombolas.
Em Independência, por exemplo, o IBGE estima que tem uma população de 45 pessoas, mas o estado não reconhece quilombolas no município. De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará, até o fechamento desta reportagem, 1.946 pessoas tomaram a primeira dose da vacina e 1.847 receberam a dose reforço do imunizante, o que representa aproximadamente 94% do público alvo.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nas comunidades quilombolas. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.” ressalta.
Veja o número de quilombolas vacinados com as duas doses na região do Sertão de Crateús, segundo Secretaria de Saúde do Ceará:
Município | Vacinados |
---|---|
Tamboril | 500 |
Crateús | 184 |
Monsenhor | 74 |
Novo Oriente | 451 |
Quiterianópolis | 638 |
Ele explica que mesmo após a vacinação a recomendação do Ministério da Saúde é que todos os vacinados continuem seguindo as medidas de proteção, principalmente usando a máscara facial. “As precauções têm que ser as mesmas. A vacina protege apenas para o paciente não desenvolver as formas graves da doença. Mas a D1 e D2 [dose] não protege 100%. Já temos casos no Brasil e no mundo de pessoas que já tomaram as duas doses da vacina e, mesmo assim, contraíram o vírus”, afirmou.
Foi o que aconteceu com o Antônio Enaldo Marquês, de 44 anos, morador da comunidade de Queimadas, zona rural de Cratéus. Ele testou positivo para a Covid-19 um mês depois de ter tomado a segunda dose da vacina. O agricultor apresentou apenas sintomas leves e não precisou de internação. “Eu já tinha tomado a vacina e não sabia que estava com a doença porque eu não sentia nada. Só descobri por que fui à UPA e pedi para fazer o teste. Fiz, e testou que já havia pegado a Covid-19. Os únicos sintomas que tive foi a perda do paladar e do olfato.”
A líder quilombola Michely Gomes disse que casos de contaminação pela Covid-19 em pessoas vacinadas estão sendo recorrente na comunidade de Queimadas. “Nós temos relatos de idosos que se vacinaram, tomaram a primeira e segunda dose, e foram contaminados. Eles não sentiram nada, não tiveram nenhuma reação da Covid-19. Por quê? Porque foram vacinadas, a vacina salva vidas, é importantíssimo vacinar”, ressalta.
Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. A recomendação do Ministério da Saúde é de que se procure por ajuda médica imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, é necessário continuar seguindo os protocolos de segurança. Entre eles, usar de máscara de pano, lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; manter os ambientes limpos e ventiladores e evitar aglomerações.
Os quilombolas são prioridades no calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. O presidente da Associação das Comunidades Quilombolas de Quiterianópolis, Antonio Luis Mota, destaca a importância da vacinação dos povos tradicionais. “Eu peço a todas as famílias quilombolas do Brasil que não deixem de se vacinar, tomem a vacina, porque o plano de vacinação nacional que foi aprovado para as nossas comunidades, para os nossos quilombos, foi muito importante para o nosso povo. Não deixem de se vacinar!”
De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará, o estado recebeu do Ministério da Saúde 4.692.918 doses da vacina contra a Covid-19. Desse número, 14.781 foram destinadas para a população quilombola. Segundo dados da pasta, até o dia 24 de junho, 99% dos quilombolas tomaram a primeira dose do imunizante e 27% receberam a dose reforço. A vacina é segura e uma das principais formas de combater a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal saude.gov.br/coronavirus ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.
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