LOC.: A vacinação contra a Covid-19 já atingiu grande parte da população quilombola na região de Itapecuru Mirim, segundo município do Maranhão com o maior número de pessoas residentes em quilombos. De acordo com o IBGE, são mais de 13 mil quilombolas morando na microrregião, que também abrange os municípios de Presidente Vargas, Matões do Norte, Vargem Grande, Cantanhede, Nina Rodrigues, Pirapemas e Itapecuru Mirim. Deste total, mais de 8 mil já receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus.
Apesar dos números positivos, muitos quilombolas de comunidades como Terra Preta e Benfica não foram vacinados por medo ou por questões religiosas. Para combater essa insegurança e alertar sobre a importância da vacina, o secretário de Políticas de Promoção de Igualdade Racial de Itapecuru Mirim, Joel Marques, criou o Conselho de Vacinação Quilombola Contra a Covid-19.
TEC./SONORA: Joel Marques, secretário de Políticas de Promoção de Igualdade Racial de Itapecuru Mirim
“Existe uma quantidade de pessoas nas comunidades, orientada por suas religiões, que resistem sobre a vacina. A gente orienta essas pessoas. Nós não temos nenhum termo legal que possa obrigar a tomar essa vacina, porém, nossa missão é informá-los que a vacina é importante e está ao alcance de todos”.
LOC.: A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nas comunidades quilombolas.
TEC./SONORA: Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde
“As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
LOC.: O medo e a resistência à vacinação em algumas comunidades levaram lideranças locais a fazerem apelos em defesa da importância da vacina, reforçando que ela é segura e é uma das principais formas de combater o coronavírus. É o que afirma o líder quilombola da comunidade Santa Rosa dos Pretos, Elias Quilombola.
TEC./SONORA: Elias Quilombola, líder quilombola da comunidade itapecuruense Santa Rosa dos Pretos.
“Faço aqui um pedido para você, quem não se vacinou, porque está com medo, procure se vacinar. É muito importante. Nosso povo quilombola precisa ser vacinado. Vamos nos imunizar, para nos defender desse vírus, porque ele é um inimigo, ele mata as pessoas. Para você, que está com medo, eu deixo esse pedido. Já me vacinei, tomei a primeira dose e estou aguardando a segunda. É muito importante para nosso povo quilombola.”
LOC.: A vacina é segura, passou por testes e é uma das principais formas de combater o coronavírus. Não tenha medo! Procure o líder quilombola de sua comunidade e fique atento ao calendário de vacinação do seu município. Vale lembrar que, mesmo com a primeira dose da vacina, é preciso cumprir o distanciamento social e os protocolos de contenção contra a Covid-19: use máscara, lave as mãos, evite aglomerações, abraços ou apertos de mão e utilize álcool em gel após tocar qualquer objeto ou superfície. Para mais informações sobre a vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
Reportagem, Luiza Aldser