LOC.: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diminuiu a taxa básica de juros da economia de 13,75% para 13,25%, nesta quarta-feira (2). O corte de 0,5% interrompe o período de um ano da Selic no mesmo patamar.
O Banco Central afirmou que a redução da inflação nos últimos meses, somada à queda das expectativas de alta dos preços no longo prazo, permitiram ao Comitê acumular confiança para iniciar um ciclo gradual de queda da Selic. Carla Beni, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), comenta a decisão.
TEC./SONORA: Carla Beni, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV),
"No seu comunicado, informou que persistem ainda algumas dúvidas com relação ao cenário externo. Afirmou a queda da inflação não só para 2023, como 2024 e 2025 e manteve um certo compromisso em reduções a 0,5% para as próximas reuniões, caso o cenário se mantenha dentro da ancoragem prevista", avalia. "Ou seja, há uma sinalização muito importante de que foi iniciado o ciclo de queda da taxa de juros no Brasil."
LOC.: Desde a primeira reunião do Copom em 2023, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Economia, Fernando Haddad, e outros integrantes do governo passaram a criticar o Banco Central, em especial o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, por não diminuírem a taxa de juros.
O economista Rodrigo Leite diz que as resoluções do Comitê não são guiadas por interesses políticos, mas, sim, por critérios técnicos. Ele destaca que o Copom analisa diversos fatores econômicos, tanto do Brasil, quanto de outros países, antes de decidir o que fazer com a taxa de juros.
TEC./SONORA: Rodrigo Leite, economista
"Eles levam em conta pressões inflacionárias, expectativas de inflação, as taxas de juros em outros países, o PIB do país, desemprego, tudo isso."
LOC.: Todos os nove membros votaram pela queda da taxa Selic, mas o tamanho da redução foi definido por um placar apertado. Cinco integrantes, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os dois recém-indicados pelo governo Lula para a diretoria, decidiram pelo corte de 0,5%. Quatro membros votaram por diminuição de 0,25%.
Reportagem, Felipe Moura.