Data de publicação: 04 de Novembro de 2021, 09:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:31h
A participação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) reflete a preocupação do setor produtivo com a agenda sustentável. A delegação do país inclui empresários e representantes de setores como agropecuária e indústria, importantes na busca pelo equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente.
O gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, entende que o envolvimento empresarial significa o reconhecimento da responsabilidade no combate aos efeitos das mudanças climáticas. Nesse contexto, ele ressalta a importância da governança institucional, com um ambiente regulatório que incentive investimentos.
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“Nós tratamos essa temática em duas vertentes, uma regulatória e outra mais ligada à parte do uso eficiente dos recursos naturais. Aqui entra toda essa parte de economia circular, recursos hídricos, mas também apontando a necessidade de se fazer uma transição com economia de baixo carbono. Para isso, é necessário desenvolver uma política pública que aborde o financiamento e apresentação das ideias”, afirma.
Agricultura
O agronegócio também tem mostrado empenho na agenda climática. Com representantes na COP26, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil chegou a enviar para o governo federal um documento que reitera o compromisso da entidade com a redução das emissões de gases de efeito estufa, com adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e boas práticas agrícolas. O documento apresenta cinco temas. São eles:
- Definições objetivas sobre o mercado de carbono;
- Adoção do plano de ação, negociado em Koronívia, que trata da inserção da agropecuária frente ao Acordo de Paris;
- Financiamento para que se cumpra o Acordo de Paris;
- Adoção de mecanismos focados em “adaptação”;
- Produção e preservação pautadas pela ciência e pela legalidade.
“Empresários pelo clima”
Em meio a esse cenário, empresas e instituições privadas aderiram à ideia de produção sustentável. Juntamente com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), 107 empresas e 10 entidades setoriais assinaram o documento denominado “Empresários pelo clima”.
A proposta do posicionamento é destacar a relevância de ações eficazes para a preservação do meio ambiente. Entre os pontos defendidos estão os seguintes:
- Combate ao desmatamento ilegal.
- Medidas empresariais para reduzir e compensar emissões de gases de efeito estufa.
- Investimentos em tecnologias verdes.
- Desenvolvimento de mercados de carbono voluntário e regulado no Brasil.
A iniciativa representa um manifesto da área empresarial que pede ao governo o estabelecimento de metas ambiciosas para a agenda climática brasileira. Além disso, trata-se de um pedido de reconhecimento das vantagens comparativas do Brasil na busca por uma economia verde. As propostas do posicionamento foram enviadas à COP26.
COP26
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 terá sua 26ª edição realizada entre os dias 1° e 12 de novembro deste ano. O evento será em Glasgow, na Escócia. O encontro acontece anualmente e visa monitorar e revisar a implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O tratado foi assinado por 197 países.
A COP26 definirá as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa dos países para 2030. A ideia é que as medidas sejam adotadas para proteger as comunidades e os ecossistemas de maneira urgente.