Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasilia
Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasilia

Confiança de serviços sobe 2,6 pontos em março, segundo FGV IBRE

É o melhor resultado desde dezembro de 2022. Melhoria foi ocasionada pela percepção dos empresários sobre situação atual e expectativas para os próximos meses

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A confiança de serviços subiu 2,6 pontos em março, alcançando 91,7 pontos. É o que aponta o Índice da Confiança de Serviços (ICS) feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Esse é o melhor resultado desde dezembro do ano passado (92,2 pontos). Já em médias móveis trimestrais, houve uma variação de -0,2 ponto, mantendo-se relativamente estável.

Essa alta é provocada, segundo a FGV IBRE, pela melhoria da percepção dos empresários da situação atual e também da expectativa para os próximos meses.  O presidente do Conselho da Fundação da Liberdade Econômica, Márcio Coimbra, explica que os empreendedores do setor estão com maior confiança para investimentos e contratação.

“É uma virada de chave de confiança, que vem também traduzida pelas políticas do governo e por trazer uma nova âncora fiscal, uma nova disciplina fiscal, e também uma expectativa de que o governo vai conseguir entregar mecanismos que possam fazer a economia do Brasil girar”, pontua Coimbra.

A tendência de queda percebida nos últimos cinco meses no Índice de Situação Atual (ISA-S) foi interrompida com o aumento de 2,1 pontos, subindo para 93,1 pontos. De acordo com o levantamento, dois indicadores foram responsáveis por esse crescimento, o que mede o volume de demanda atual aumentou 2,0 pontos (92,2 pontos), e o que avalia o grau de satisfação com a situação atual dos negócios, que cresceu 2,1 pontos (93,9 pontos).

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Apesar do resultado positivo, o primeiro trimestre da confiança de serviços foi negativo e com queda marginal. Com isso, esse já é o segundo trimestre com queda na confiança do setor, o que reflete o cenário de atividade mais fraca, segundo a pesquisa. Os serviços prestados às famílias, que vinham mostrando uma recuperação mais forte, apontaram quedas mais intensas no início deste ano.

Essa queda vem sendo sentida pelo empresário Lucas Sá, de 29 anos. Ele tem uma hamburgueria na Asa Norte, em Brasília, há quatro anos. O empresário conta que o negócio ainda está se recuperando da pandemia, mas que o início do ano para o empreendimento não foi muito bom.

“Esse ano a situação não está boa. Já era um pouco esperado por conta da fase das chuvas, a população de Brasília viaja para a praia. Teve o carnaval também que não foi interessante para nós, o nosso comércio ficou bem vazio. Imagino que, por falta de dinheiro da população, os comércios estão bem vazios”, diz Lucas Sá.

O dono da hamburgueria acredita que a falta de dinheiro por parte dos potenciais clientes e a consequente diminuição do poder de compra é o que prejudicou o setor neste primeiro trimestre. “O preço das coisas não param de aumentar e o setor não consegue aumentar da mesma forma, porque senão perde clientela”, afirma.

Expectativas

O Índice de Expectativas teve elevação em 3,0 pontos, ficando em 90,4 pontos, sendo o melhor resultado desde novembro de 2022. Esse índice mede a perspectiva dos empresários do setor para os próximos meses (90,7 pontos). As influências para o resultado positivo foram pelas perspectivas de demanda para os próximos três meses (+3,2 pontos) e pela tendência de negócios para os próximos seis meses (+2,8 pontos), alcançando 90,3 e 90,6 pontos, respectivamente.

Coimbra diz que a perspectiva para os próximos meses depende de alguns fatores, como a aprovação da âncora fiscal no Congresso Nacional e a aprovação da Reforma Tributária. “Se esses caminhos forem atingidos, a gente vai continuar com o crescimento de otimismo na área de serviços no Brasil. [...] Então tudo vai depender, basicamente, de dois pontos que são essenciais nesse momento: a nova âncora fiscal e a reforma tributária”, explica o presidente do Conselho da Fundação Liberdade Econômica.

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