LOC.: O governo federal e a iniciativa privada buscam um solução conjunta para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. O Comitê Técnico da Indústria de Baixo Carbono criou quatro grupos de trabalho para tratar sobre transição energética e descarbonização. O órgão é formado por 14 representantes da iniciativa privada e 14 do poder público.
A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, é uma das entidades que faz parte do comitê. O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da confederação, Davi Bomtempo, argumenta que, além dos impactos ambientais positivos, o mercado de carbono vai contribuir para reduzir o desemprego, gerar renda e aumentar o Produto Interno Bruto. Bomtempo explica como funciona este mercado.
TEC./SONORA: Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria
“Estabelece o teto de emissões de uma determinada empresa, aqueles que superarem esse teto vão precisar ir ao mercado comprar essa diferença. E aquelas empresas que ficarem abaixo do teto de emissão vão poder negociar esse excedente e conectar via mercado com quem está precisando.
LOC.: Congresso Nacional, governo federal, entidades e especialistas concordam que o Brasil precisa regulamentar o mercado de carbono para o desenvolvimento social, ambiental e econômico do país. O tema é objeto de proposta do Executivo e de projetos em tramitação no Legislativo.
O deputado federal Nilto Tatto, do PT de São Paulo, é membro titular da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Para ele, o crédito de carbono é um instrumento necessário.
TEC./SONORA: deputado federal Nilto Tatto (PT-SP)
“O instrumento do crédito de carbono, do mercado, é um dos instrumentos importantes para a gente enfrentar a crise climática que é planetária. É importante que o Brasil tenha uma legislação e que tenha o poder público com capacidade de acompanhar, de monitorar, de fiscalizar esse possível comércio que pode ser uma oportunidade para o Brasil, mas precisa ter seriedade nesse aspecto.”
LOC.: O mercado regulado de carbono tem potencial para movimentar cerca de R$ 128 bilhões em receitas no Brasil, segundo estudo realizado pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Mundial. O mercado de carbono é um sistema adotado por diversos países com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Reportagem, Fernando Alves