Diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

CFEM: Agência Nacional de Mineração (ANM) defende estrutura de segurança para municípios mineradores

Diretor do órgão avalia que municípios que recebem royalties da mineração também sejam responsáveis pelo enfrentamento ao crime organizado


O diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, defendeu que os municípios que recebem royalties da mineração também tenham uma estrutura de segurança pública para ajudar os estados e a própria União no enfrentamento ao crime organizado. A afirmação foi feita durante acordo assinado entre o Ministério da Justiça e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), na última sexta-feira (5), com objetivo de elaborar planos de segurança pública para municípios localizados em regiões produtoras de minérios. 

O dinheiro dos “royalties da mineração” é recolhido mensalmente de empresas mineradoras, sob o nome de Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), e repassado a estados e municípios que produzem minérios — e também aos municípios que são indiretamente afetados pela atividade, em seus territórios.   

Mauro Henrique observou que as regiões de jazidas minerais atraem a atenção de quadrilhas do crime organizado, por causa da vasta movimentação de recursos. Por este motivo, segundo ele, a segurança pública destas localidades não deveria ser responsabilidade apenas do governo federal. Para o representante da ANM, o combate ao crime organizado de quadrilhas que ficaram conhecidas como "o novo cangaço", bem como as atividades de garimpo ilegal não devem ser responsabilidade apenas da União. 

“Mas também os estados e o próprio município, principalmente, os municípios que recebem royalties da mineração, precisam ter uma estrutura necessária para ajudar nesse enfrentamento”, exortou o dirigente da Agência Nacional de Mineração.

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Parceria com iniciativa privada

Durante a solenidade de assinaturas, realizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli e pelo vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva, o diretor-geral da ANM enalteceu a união de esforços dos órgãos governamentais em busca de garantir avanços na área de segurança envolvendo a mineração. 

Para Mauro Henrique, o Estado não pode estar ausente de uma parceria com a iniciativa privada, “que tem muito a contribuir” com o setor: “Nós não temos que usar aquela dicotomia velha de que o Estado é uma coisa e a iniciativa privada é outra, com uma conotação às vezes maniqueísta de que um é o bem e o outro é o mal. Não é isso”, advertiu. 

“Nós somos uma sociedade que tem que estar coesa e é o que está lá na Constituição. Temos que buscar uma sociedade justa, livre, solidária — e temos que patrocinar o desenvolvimento econômico e social do país", opinou o representante da ANM. "Eu acho que isso aqui [a parceria entre o MJSP e o Ibram] é um exemplo de uma iniciativa que realmente pode ajudar nesse desiderato”, enfatizou o dirigente da ANM.

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LOC: Durante a assinatura de um acordo entre o Ministério da Justiça e o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) — com objetivo de melhorar a segurança pública no entorno de municípios produtores de minérios —, o diretor-geral da ANM (Agência Nacional de Mineração), Mauro Henrique Moreira Sousa, defendeu que os municípios que recebem royalties da mineração também tenham uma estrutura de segurança pública para ajudar no enfrentamento ao crime organizado.

O dinheiro dos “royalties da mineração” é recolhido todos os meses de empresas mineradoras que atuam no Brasil, sob o nome de CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral). Estes valores são repassados a estados e municípios que produzem minérios — e também aos municípios indiretamente afetados pela atividade.   

Mauro Henrique observou que as regiões de jazidas minerais atraem a atenção do crime organizado, inclusive das quadrilhas que ficaram conhecidas como "novo cangaço". Segundo ele, a segurança pública destas localidades não deveria ser responsabilidade apenas do governo federal, mas também de estados e municípios.

 

SONORA: Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da ANM

“Mas é também a falta do próprio estado e não só a União, mas o estado federado e o próprio município. Principalmente aqueles municípios que recebem royalties da mineração. Precisam também ter uma estrutura necessária para ajudar nesse enfrentamento.”


LOC: Durante a solenidade de assinaturas, realizada no Ministério da Justiça, em Brasília, o diretor-geral da ANM Mauro Henrique Moreira Sousa elogiou a união de esforços para garantir avanços na segurança pública, envolvendo o setor da mineração. 

Para o dirigente da Agência Nacional de Mineração, o Estado não pode estar ausente de uma parceria com a iniciativa privada, que segundo ele "tem muito a contribuir". 

SONORA: Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da ANM

"O Estado brasileiro não pode estar ausente de uma parceria com a iniciativa privada, que tem muito a contribuir. Nós não temos que usar aquela dicotomia velha, de que o Estado é uma coisa e a iniciativa privada é outra, com uma conotação às vezes maniqueísta de que um é o bem e o outro é o mal. Não é isso. Nós somos uma sociedade que tem que estar coesa e é o que está lá na Constituição. Temos que buscar uma sociedade justa, livre, solidária, e temos que patrocinar o desenvolvimento econômico e social do país. Eu acho que isso aqui [a parceria entre o MJSP e o Ibram] é um exemplo de uma iniciativa que realmente pode ajudar nesse desiderato."


LOC: As afirmações do representante da Agência Nacional de Mineração foram feitas na presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, e do vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva. 

Reportagem: José Roberto Azambuja