Data de publicação: 17 de Março de 2023, 04:45h, atualizado em 16 de Março de 2023, 20:02h
LOC.: Cerca de 50% do desmatamento na Amazônia brasileira ocorre em florestas públicas não destinadas. O dado foi publicado pela revista científica Nature, com colaboração do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o Ipam.
A integrante do Centro de Estudos Avançados da Amazônia, da Universidade Federal do Pará, e uma das autoras do artigo, Cláudia Azevedo-Ramos, explica que o cenário de desmatamento na região conta com novos fatores atualmente, como a especulação imobiliária e a exploração de recursos naturais pelo crime organizado. A pesquisadora aponta que também há registros falsos no sistema de cadastro ambiental rural para conseguir o título da terra.
TEC./SONORA: Cláudia Azevedo-Ramos, integrante do Centro de Estudos Avançados da Amazônia, da Universidade Federal do Pará, e uma das autoras do artigo.
“Nós acreditamos que como medidas urgentes para coibir essa usurpação, destruição das nossas florestas, seria necessário primeiro cancelar os registros fraudulentos, responsabilizando os fraudadores. [...] Além disso, é importante trazer segurança para essas áreas públicas por meio da destinação a categorias de proteção.”
LOC.: Com o objetivo de conciliar a exploração dos recursos naturais e sustentabilidade, o Congresso Nacional debate um projeto de lei que trata sobre concessões florestais.
O diretor de políticas públicas e desenvolvimento territorial do Ipam, Eugênio Pantoja, afirma que a proposta é uma oportunidade para acelerar e desburocratizar os processos de concessão florestal.
TÉC./SONORA: Eugênio Pantoja, diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM.
“Isso, logicamente, oportuniza com que se dê uma atratividade maior aos planos de manejo, às concessões de floresta. Então, essa governança permite com que o Estado brasileiro, o poder público, tenha um maior controle e as salvaguardas necessárias para a gestão dessas florestas.”
LOC: O relator da medida na Câmara dos Deputados, o deputado federal Coronel Chrisóstomo, do PL de Rondônia, afirma que o projeto de lei pode melhorar o cenário econômico brasileiro movimentando bilhões de reais.
TEC./SONORA: Coronel Chrisóstomo, deputado federal (PL - RO).
“O que é bom para os dois lados também é a revisão do contrato a cada cinco anos. A cada cinco anos uma revisão do reequilíbrio financeiro, isso é bom para todos, bom para o público e é bom para o concessionário também, pois ele consegue repor aquelas perdas que têm durante os anos.”
LOC.: O projeto foi aprovado com substitutivo na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A proposta chegou a entrar na pauta do plenário para votação em 22 de dezembro, mas ainda não foi apreciada pelos parlamentares por conta do encerramento da sessão legislativa. A medida aguarda deliberação do plenário sob regime de urgência.
Reportagem, Ana Luísa Santos.