LOC.: O número de mulheres inadimplentes ficou acima de trinta por cento, em fevereiro. O resultado consta na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC. Já os homens, nessa mesma categoria, correspondem a pouco mais de vinte e nove por cento dos inadimplentes. Um dos fatores para um endividamento maior entre as mulheres, segundo a pesquisa, foi a informalidade..
O especialista em relações institucionais, governamentais e gestão pública da Fundação da Liberdade Econômica, Eduardo Fayet, explica que outros fatores do contexto brasileiro também contribuem para o aumento da inadimplência nesse período, como a alta da inflação e, consequentemente, a perda de renda.
TÉC./SONORA: Eduardo Fayet, especialista em relações institucionais, governamentais e gestão pública da Fundação da Liberdade Econômica.
“O segundo fator que tem influenciado bastante é o aumento de juros. Quando a pessoa se endivida, com os juros altos, ela obviamente precisa pagar mais caro pelo dinheiro que precisa tomar para que consiga pagar as suas contas. Outro fator importante é a relação emprego/renda.”
LOC.: Outro indicador que cresceu em fevereiro foi o endividamento das famílias, que superou setenta e oito por cento. O resultado foi puxado, principalmente, pelo endividamento das mulheres. Segundo Fayet, as perspectivas para os próximos meses são de que as instituições promovam medidas para melhorar questões relacionadas à renda, à redução de juros, com a tentativa de controle da inflação.
TÉC./SONORA: Eduardo Fayet, especialista em relações institucionais, governamentais e gestão pública da Fundação da Liberdade Econômica.
“As instituições, o Estado brasileiro, o governo, o Banco Central e, de uma certa forma, até o mercado têm olhado isso com bastante cuidado para que as famílias brasileiras possam passar a trabalhar uma equalização da sua renda e melhorar o nível de renda, o poder de compra das famílias.”
LOC.: Entre os grupos de inadimplentes, a maior ocorrência foi entre pessoas que ganham de três a cinco salários mínimos por mês. No grupo mais pobre houve uma queda de 0,9 ponto percentual em fevereiro.
Reportagem, Ana Luísa Santos