LOC.: Pela 13ª semana consecutiva, o mercado financeiro reduziu a expectativa da inflação para 2022 e 2023 e elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto para este ano, de acordo com dados do último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. A inflação medida pelo IPCA para 2022 caiu de 6% para 5,88%. Já a previsão para 2023 diminuiu de 5,01% para 5%.
Em agosto, o IPCA teve o segundo mês consecutivo de queda, de 0,36%. Em julho, a deflação havia sido de 0,68%. O PIB, por outro lado, teve a projeção de alta aumentada, passando de 2,65% para 2,67% neste ano. Para 2023, foi mantida em 0,50%.
O doutor em economia e professor da Universidade Mackenzie, Hugo Garbe, analisa os dados do Boletim Focus.
TEC./SONORA: Hugo Garbe, economista.
“Os fatores que levam à previsão da redução da inflação são que, primeiro, houve redução significativa de impostos dos principais produtos que compõem a inflação, por exemplo, ICMS dos combustíveis. Outro ponto importante é a taxa de juros. O Banco Central do Brasil foi o primeiro a subir a taxa, ainda em meados da pandemia. Quando tem politica monetaria contracionista, reduz o ímpeto de consumo e tomada de crédito.”
LOC.: Garbe projeta que a inflação continue a cair até o final de 2022, ainda que possa haver interferências internacionais, como a guerra da Ucrânia, e as eleições de outubro deste ano no Brasil.
Desde 1999, o Brasil adota o regime de metas inflacionárias, em que fica estabelecido o desvio de um ponto percentual e meio para cima e para baixo do foco da inflação a ser alcançada. Em 2022, o Conselho Monetário Nacional fixou a meta para o índice em 3,5%, podendo ficar entre 2 e 5%.
Reportagem, Thiago Marcolini