LOC.: Deputados federais aprovaram Projeto de Lei que muda as regras de arrecadação do Imposto de Renda e o texto, se for aprovado também no Senado, pode tirar cerca de R$ 341 milhões dos cofres do Amapá. A estimativa é da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite).
A medida é criticada por especialistas porque não apresenta alternativas de compensação aos prejuízos previstos na arrecadação dos estados e dos municípios, que juntos podem ter perdas de receitas estimadas em mais de R$30 bilhões.
A vice-presidente da Associação dos Auditores Fiscais de Minas Gerais, Sara Félix, lembra que o dinheiro vai fazer falta para os estados e pode comprometer a qualidade dos serviços prestados pelas prefeituras, nas cidades do País.
TEC./SONORA: Sara Félix, especialista em Direito Tributário da AFFEMG
“Ao mesmo tempo em que o governo Federal exige dos estados e dos municípios rigor fiscal, equilíbrio fiscal, impõe um modelo de reforma tributária repassando a conta para os entes, retirando receita. São os entes que estão mais próximos do cidadão e são os mais cobrados por serviços de qualidade, sem que disponham de nenhum mecanismo para recuperação dessa receita, que é muito importante para a prestação desses serviços.”
LOC.: Para Fernando Aurélio Zilveti, especialista em Direito Tributário da Universidade de São Paulo, a USP, a revisão do Imposto de Renda promovida pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, é “limitada”, porque não prevê mudanças nas tributações sobre o consumo e bens de serviços que, de fato, pesam nos bolsos dos contribuintes.
TEC./SONORA: Fernando Aurélio Zilveti, especialista em Direito Tributário da USP.
“A reforma tributária do IR não é suficiente para modernizar o sistema tributário. A proposta do governo atrapalha porque gera maior complexidade na fiscalização e arrecadação desse imposto.”
LOC.: O PL do governo federal prevê taxar os lucros e dividendos das pessoas jurídicas em 15% como forma de compensação ao aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física, que pode ser ampliada de R $1.903,98 para R $2.500,00 mensais.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos