LOC.: Como prometido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para depois do segundo turno das eleições, o Ministério da Defesa apresentou a auditoria feita sobre as urnas eletrônicas. O estudo, divulgado no fim dessa quarta-feira (09), não encontrou qualquer divergência entre os boletins de urnas analisados e os resultados emitidos pela Justiça Eleitoral, tanto no primeiro quanto no segundo turno da votação.
De acordo com documento assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, foram 943 boletins de urnas averiguados entre o primeiro e segundo turno. A auditoria concluiu que, abre aspas, “a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urna impressos com os dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”, fecha aspas. O material foi produzido por oficiais de carreira das Forças Armadas especialistas em tecnologia da informação e segurança cibernética.
O especialista em direito eleitoral, Alberto Rollo, destaca o resultado.
TEC./SONORA: Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral
“É importante frisar que nenhuma fraude foi apontada. E por que é importante falar em fraude? Porque existe a possibilidade de pedir a cassação do mandato de quem foi eleito se houver fraude na votação, se houver fraude no sistema, isso está na constituição. Por isso é muito importante que o relatório não aponta fraude".
LOC.: Em nota, o presidente da Justiça Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, exaltou a integridade do sistema eleitoral. “O TSE recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.
As entidades fiscalizadoras a que Moraes se refere são as 21 instituições nacionais e internacionais convidadas pela Justiça Eleitoral para acompanhar o processo eleitoral brasileiro. Assim como a auditoria das Forças Armadas, as da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Tribunal de Contas da União também não encontraram qualquer divergência nos resultados ou indícios de fraude.
No entanto, a Defesa pediu que a Justiça Eleitoral atenda à sugestão dos técnicos militares de realizar uma investigação técnica para melhor conhecimento da compilação do código-fonte e de seus possíveis efeitos, bem como promover a análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas.
Rollo, no entanto, destaca que o programa das urnas não foi questionado pelas demais entidades fiscalizadoras.
TEC./SONORA: Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral
“É bom lembrar que o código-fonte ficou à disposição de qualquer interessado, e principalmente os partidos políticos, que lançavam e lançaram seus candidatos, desde outubro do ano passado. Então desde outubro do ano passado até aqui, ninguém reclamou do código-fonte, ninguém achou nenhum tipo de inconsistência no código-fonte”.
LOC.: Sobre esse tema, a nota assinada por Moraes sustenta ainda que “sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”. Por fim, o presidente da Justiça Eleitoral reiterou que, abre aspas, “as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”, fecha aspas.
Reportagem, Álvaro Couto.