Foto: Nicholas Santoianni (Unsplash)
Foto: Nicholas Santoianni (Unsplash)

Profissionais realizam atendimento por meio de aplicativo de mensagens para os pacientes de hospital na Paraíba

O atendimento é realizado quando o paciente liga para o hospital e escolhe uma das especialidades oferecidas, então é feito uma triagem para agendar o atendimento.

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Com o objetivo de evitar aglomerações em hospitais e postos de saúde, além de reduzir a circulação de pessoas e a exposição ao coronavírus, em abril o Ministério da Saúde publicou uma lei que autoriza o uso de tecnologias como celulares e computadores para realizar o atendimento de pacientes durante a emergência pelo novo coronavírus. Esse tipo de atendimento médico à distância ganhou relevância nacional nas ações de combate à Covid-19 e outras doenças. Desta forma, a população brasileira não precisa sair de casa para receber diagnóstico e orientações sobre sinais e sintomas da doença. 

Nesse sentido, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh, criou uma Central de Teleatendimento para oferecer orientação remota a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que são atendidos pela instituição. A Central de Teleatendimento começou a funcionar no dia 18 de maio, depois que o hospital suspendeu as consultas presenciais, devido à pandemia da Covid-19.

Passo a passo do atendimento

O atendimento é realizado quando o paciente liga para o hospital e escolhe uma das especialidades oferecidas. Depois é feita uma triagem para saber se o paciente tem o perfil para o teleatendimento. Quando o paciente pode receber essa forma de atendimento, ele deve selecionar uma ferramenta para ser atendido, entre o Whatsapp ou Teams da Microsoft. 

Após esse processo é feito um agendamento do dia e período em que o paciente vai receber o contato do médico especialista na área. Se após essa consulta, a pessoa necessitar de um outro atendimento, será encaminhado para um novo agendamento.  

Conforme o planejamento, pelo menos 40 profissionais realizam assistência remota aos pacientes do HULW e para a execução do projeto de telemedicina foram definidos dois tipos de teleatendimento: a teleorientação e o telemonitoramento. O acesso dos pacientes ao serviço será por meio de uma central telefônica com quatro linhas, que vão contemplar 12 especialidades: 

Grupo 1 - Reumatologia, Dermatologia, Nefrologia; Telefone: (83) 3206-0691
Grupo 2 - Hematologia, Oncologia, Endocrinologia; Telefone: (83) 3206-0692
Grupo 3 - Cardiologia, Pneumologia, Pediatria; Telefone: (83) 3206-0693
Grupo 4 - Neurologia, Geriatria, Psiquiatria; Telefone: (83)  3206-0694

Entre o dia 18 de maio, quando começaram os atendimentos à distância, até o dia 04 de junho, foram realizados mais de mil ligações que correspondem a 300 teleatendimentos. Isso porque existe uma triagem para se verificar quem pode ser, de fato, atendido por essa ferramenta. 
“Cada ligação que é recebida, fazemos uma triagem para verificar se o paciente está dentro dos padrões necessários para receber um teleatendimento. Por exemplo, se é primeira consulta, a primeira vez que aquela pessoa está entrando em contato com o hospital, para essa pessoa não tem como ser feito o teleatendimento. Essa modalidade é destinada apenas para pacientes que já estão em tratamento no hospital”, explica o professor  ngelo Melo, gerente de Ensino e Pesquisa do HULW. 

Com o atual cenário de pandemia pela Covid-19 no Brasil, o professor de educação física aposentado, Sergio Cabral, de  57 anos, ficou preocupado com a falta de atendimento para seu caso, em que precisa de medicamentos para tratar um problema neurológico. “Por causa dessa pandemia nós ficamos sem atendimento e já fazia dois meses que eu estava sem remédios, então me vi em uma situação muito difícil”, afirmou. 

Apesar do receio inicial, o aposentado afirmou ter sido bem atendido e elogiou o teleatendimento. “Graças a essa nova forma de atendimento meu problema foi solucionado. E isso foi conseguido através de um telefonema no qual o eu fui muito bem atendido. Por isso, gostaria de parabenizar essa nova forma de atendimento do HULW”, finalizou. 

De acordo com  ngelo Melo, a proposta do Hospital é manter esse serviço de teleatendimento mesmo após a pandemia do novo coronavírus. “Não exatamente nesse mesmo modelo, com o quantitativo de profissionais ou todas essas especialidades, mas com indicativos mais precisos. É algo que planejamos”, salientou. 

Telemedicina no Brasil

É importante destacar que os profissionais de saúde também serão beneficiados com essa ferramenta, uma vez que poderão se conectar a partir de qualquer ponto com internet, independentemente da distância geográfica, para tirar dúvidas e receber orientações.

Com os serviços do TeleSUS, por telefone, ligando para o Disque Saúde 136; pelo Chatbot, disponível na página do Ministério da Saúde, ou baixando o aplicativo Coronavírus SUS gratuitamente, qualquer pessoa pode tirar dúvidas e até se consultar com um profissional de saúde. Até o momento, 5,7 milhões de pessoas já buscaram os serviços do TeleSUS.

Entre as ações possíveis com essa estratégia, segundo a portaria, estão atendimento pré-clínico, suporte assistencial, consulta, monitoramento e diagnóstico. Essas medidas podem ser utilizadas pela rede pública e, também, pela rede privada. 

Atendimento para profissionais de saúde

Os profissionais de saúde da rede pública que estão no enfrentamento da Covid-19, poderão contar com suporte psicológico. Isso quer dizer que aqueles trabalhadores da saúde que estão sentindo estresse, ansiedade, depressão e irritabilidade podem utilizar o canal telefônico em que serão realizadas teleconsultas psicológicas e psiquiátricas. Esse serviço conta com um investimento de R$ 2,3 milhões de reais do Ministério da Saúde e é uma parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre. 

Essa iniciativa pretende cuidar da saúde mental dos profissionais antes que um problema mais grave possa surgir. “A nossa proposta é cuidar das pessoas que estão adoecendo não só agora, mas que venhamos fazer a prevenção para o transtorno de estresse pós traumático. Pois esse é o primeiro momento para que a gente possa cuidar desse profissional para que ele não venha desenvolver nenhum transtorno no futuro”, explica a diretora substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Maria Dilma. 

As teleconsultas serão feitas por profissionais de psicologia e, se necessário, de psiquiatria. Além disso, no primeiro contato, a equipe do projeto vai fazer uma avaliação do caso para definir a melhor abordagem e tratamento para o profissional de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, essa ação vai fornecer material para o maior projeto de pesquisa desta natureza já realizado no Brasil e um dos maiores do mundo. 

A central telefônica para primeiro contato funcionará de 8h às 20h de segunda a sexta-feira. Os profissionais de saúde do SUS já podem ligar para 0800 644 6543. Para saber mais informações sobre os atendimentos virtuais para profissionais de saúde acesse aqui
 

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