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Com o objetivo de minimizar os efeitos negativos causados pela pandemia do novo coronavírus, o município de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, passou a montar um sistema de prevenção para população local. A ideia consiste na criação de seis comitês de acompanhamento e formulação de estratégias. Esses grupos devem atuar na elaboração de métodos que deem mais agilidade para tomada de decisão em ações contra a Covid-19.
Para isso, uma rede batizada de “teia” foi estabelecida para que agentes comunitários de saúde tivessem como chegar de forma segura e eficaz até os moradores da cidade, para repassar informações e, quando necessário, atuar como elo entre a pessoa atendida e a unidade básica de saúde.
“A teia da saúde os aproximou da comunidade e das unidades de saúde. Ao amanhecer, em vez de enviar mensagens de autoajuda, por exemplo, se perguntava se alguém tinha levantado com algum sintoma. Apresentado queixa, já havia o encaminhamento para o posto para atender praticamente sintomas relacionados à Covid-19”, explicou o ex-secretário de Saúde do município, Moacir Soares.
Entre outras ideias, o sistema consiste na criação de grupos de WhatsApp, em que os agentes comunitários de saúde conversam diariamente com as pessoas que eles acompanham. O objetivo é receber relatos de moradores que podem ter desenvolvido algum sintoma da Covid-19 e possibilitar um atendimento rápido para que, em caso de confirmação, a doença não seja elevada para um nível mais crítico.
A eficiência e os benefícios dessa rede foram discutidos recentemente em um debate virtual realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Durante o encontro, a agente comunitária de saúde de Caucaia, Célia Rodrigues afirmou que a medida tem se mostrado eficaz e que o projeto deve continuar enquanto durar a pandemia.
“Haviam pessoas que estavam sim com Covid-19. Elas se queixavam mais de cansaço, mas ninguém ficou para trás. Todos os dias postamos o que é necessário. As pessoas também mandam mensagens no nosso número privado, porque nem todos gostam de se expor, mas nós também tiramos as dúvidas deles. É dessa forma que temos trabalhado no nosso cotidiano”, pontuou Célia.
O sistema tenta adiantar a resolução de um problema por meio de atendimentos ainda na atenção primária. Dessa forma, é possível saber a situação da população, a evolução de pessoas com sintomas da doença, checar se crianças estavam com a carteira de vacinação em dia, além de identificar se pacientes com doenças crônicas estão recebendo medicamentos essenciais para o controle da sua condição.
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Nesse sentido, a professora do curso de Saúde Coletiva, da Universidade de Brasília (UnB), Carla Pintas Marques, avalia que o método pode ser eficiente, já que a identificação e o monitoramento precoce da Covid-19, associadas as outras estratégias, podem ajudar a conter as taxas de contaminação e de mortes pela doença.
“Quanto mais rápido fizermos esse acompanhamento, mais rápido controlaremos a doença. Assim, o vírus deixa de circular porque aquele indivíduo que está positivo para a Covid-19 vai ficar isolado, até passar o período da quarentena”, destaca Carla.
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