Créditos: Ministério da Saúde
Créditos: Ministério da Saúde

Há três anos, o município de Panelas (PE) está em risco para surto das doenças transmitidas pelo mosquito da dengue

Armazenamento inadequado de água e fatores climáticos contribuem para a proliferação do Aedes aegypti

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O número de casos notificados das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti aumentou em 2019, em Pernambuco. Até 14 de setembro, a Secretaria Estadual de Saúde registrou um crescimento de 160% nos casos notificados de dengue, 175,8% nos de zika e 134% nos de chikungunya, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

De acordo com o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo mosquito, o Liraa, desde 2016, o município Panelas está em situação de risco para o surto das três doenças transmitidas pelo vetor. Divulgado em abril deste ano, o índice do município foi de 4,60%. A classificação do Ministério da Saúde indica que a partir de 4%, o município já está em situação de risco. O desejável, para estar em condições satisfatórias, é apresentar índice inferior a 1%.

Para a gerente de Vigilância das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde, Claudenice Pontes, entre os fatores que contribuem para esse resultado estão o armazenamento inadequado de água, bem como o clima da região Nordeste, que é muito propício para a proliferação do mosquito. A gestora destaca a importância do cuidado constante para evitar focos do mosquito. 

“Peço à população para ver quintais, o acúmulo de água – seja da chuva ou em caixa d’água que não esteja coberta. Que tenha esse cuidado, junto com os profissionais de saúde, para gente combater esses mosquitos que trazem tantas doenças. É um mosquito pequeno, mas que traz doenças grandes e que podem ser fatais.”

Para que histórias como a da Rosane Torres do Nascimento, de 25 anos, e da Maria Geniclécia Félix, de 35 anos, não se repitam é fundamental a mobilização e participação de todos no combate ao mosquito.  Rosane, que é auxiliar de professora, foi acometida pela chikungunya e conta o que sentiu.

“De início, senti uma leve dor no corpo, que foi ficando moderada e muito forte. A dor era principalmente nas juntas. E veio também muita dor de cabeça, febre altíssima, muito difícil de baixar, e a boca amargava muito. Para levantar da cama, era preciso o auxílio de alguém. Fiquei com uma dor muito concentrada no pulso, passou mais de um ano com essa dor. Tive muita dificuldade para escrever.”

Foto: Ministério da Saúde

Outra vítima da picada do Aedes aegypti foi a funcionária pública Maria Geniclécia Félix. A moradora do centro de Panelas teve dengue duas vezes. 

“Inicialmente, você fica com uma sensação de resfriado. Moleza, dor no corpo... Mas, no segundo dia, todos os sintomas aumentaram. Cheguei a ter febre de quase 40 graus, muita dor no corpo, um frio descontrolado. E com uns dois dias, o corpo pintou inteiro, fiquei com bastante coceira. Quando atinge o auge mesmo dos sintomas, a questão da febre e da dor no corpo, você consegue fazer nada. Na primeira vez, fiquei três dias de cama, levantava muito mal para ir ao banheiro.”

Como os sintomas das três doenças são muito parecidos no início: febre, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, náusea, manchas vermelhas no corpo, é importante procurar atendimento médico para diagnóstico e tratamento adequados. É o que recomenta a gerente de Vigilância das Arboviroses Claudenice Pontes.

“Essas arboviroses além de terem, no início, sintomas bem parecidos, também podem ser confundidas com outros tipos de viroses. Mas, na dúvida, o ideal é sempre pensar na possibilidade de ser arbovirose. Evitar algum medicamento que possa provocar um processo hemorrágico e hidratar. Beber bastante água nesse período. Hidrate bastante no período em que estiver com a sintomatologia.”

É fundamental ter cuidado com todos os locais que possam acumular água parada independente da época do ano, pois os ovos do mosquito são resistentes e podem sobreviver no meio ambiente por 450 dias, bastando pouca quantidade de água para que haja a eclosão das larvas. Proteja sua família. Lembre-se que o combate começa por você. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.

 

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