Data de publicação: 26 de Março de 2021, 11:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:33h
O dia 26 de março de 2021 fica marcado como o dia do anúncio da primeira vacina brasileira contra a Covid-19. O Instituto Butantan anunciou na manhã desta sexta-feira (26) que já está desenvolvendo o imunizante, chamado de ButanVac, e finalizou uma produção piloto para começar testes em humanos.
A previsão é de que as primeiras doses já sejam aplicadas em julho deste ano. “É uma vacina integralmente desenvolvida e produzida no Brasil, pelo Instituto Butantan, que é um orgulho para o país. Esse é um momento de profunda esperança para todos nós. Hoje é o dia da esperança, dessa nova vacina”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria.
Os ensaios clínicos de fases 1 e 2 com voluntários devem começar ainda em abril, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já solicitada pelo instituto. “Não dependeremos da importação de nenhum insumo. A tecnologia já existe, é a mesma utilizada em vacinas da gripe”, detalhou o presidente do Butantan, Dimas Covas.
Covas informou que o instituto já tem capacidade de produção de 100 milhões de doses do imunizante por ano. Doria pediu urgência na avaliação dos documentos pela Anvisa, para que a fase 1 comece o quanto antes.
A ButanVac utilizará o método de vírus inativado, com base em ovo. Ou seja, a tecnologia usa um vetor viral com uma proteína do novo coronavírus de forma íntegra, com um vírus da Doença de Newcastle utilizado como vetor. O vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, um processo semelhante ao utilizado na vacina da gripe.
“Em contraste com o vírus da influenza, o vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, sendo uma alternativa muito segura na produção. Além disso, o vírus é inativado para a formulação, facilitando sua estabilidade e deixando a vacina ainda mais segura”, informou o Butantan, em nota.