Foto: Freepik
Foto: Freepik

Vírus Sincicial Respiratório (VSR): idosos e menores de dois anos devem ter maior cuidado no inverno

Sintomas são parecidos com os da gripe, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos. Veja dicas de prevenção, além da vacina disponível apenas na rede privada

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

ÚLTIMAS SOBRE SAÚDE


No inverno há aumento de infecções respiratórias e a gripe, por exemplo, se torna comum. Porém, nesse período do ano, as infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também ganham maior espaço e afetam, especialmente, idosos e crianças menores de dois anos. Os sintomas do VSR são parecidos com os de um resfriado, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos, já  que o vírus afeta principalmente os brônquios e os pulmões.

A infectologista da rede de laboratórios Alliança Saúde, Lorena Faro, de São Paulo (SP), explica que o vírus se assemelha ao de um resfriado e a infecção é essencialmente respiratória e pode acontecer em qualquer época do ano, mas com maior prevalência no inverno e no começo da primavera.

Lorena Faro destaca que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de gotículas (da tosse, espirro e fala) ou por algum objeto contaminado. Os sintomas do VSR podem ser coriza, mal-estar, febre e tosse. Em casos mais graves, pode haver falta de ar.

Segundo a infectologista, os sintomas podem aparecer três dias após a infecção até o sexto dia em que houve contato com o vírus. Ela salienta que, apesar da infecção por VSR apresentar sintomas inicialmente leves, é necessário que crianças e idosos tenham maior atenção para evitar agravamento da infecção.

“Na maioria das vezes esse vírus gera sintomas leves, muito parecidos com o resfriado comum, mas a pessoa normalmente se recupera em uma ou duas semanas. Entretanto, em alguns casos, é possível desenvolver um quadro mais grave, como a bronquiolite, fazendo com que o paciente necessite de uma internação prolongada, ou mesmo de uma internação na terapia intensiva. Então, muito cuidado nesses extremos de faixas etárias, principalmente nos recém-nascidos prematuros, abaixo de seis meses, e também idosos que têm alguma imunossupressão ou alguma patologia de base, como cardiopatia ou neuropatia”, afirma Faro.

O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, elenca de que forma o diagnóstico é feito. “Os exames realizados são exames sorológicos e o PCR. O exame sorológico chamado ELISA, ou imunoflexência, é mais confiável em crianças pequenas, mais útil em crianças; já o PCR é mais indicado tanto para crianças mais velhas quanto para adultos, então isso é um dado importante. Mas o diagnóstico muitas vezes é geralmente baseado em sintomas e na epidemiologia."

Claudilson Bastos destaca, ainda, a importância do diagnóstico precoce da infecção. Segundo ele, a depender da gravidade do caso, se não diagnosticada de forma precoce e sem tratamento adequado, a infecção pode resultar em óbito do paciente.

“O diagnóstico precoce é assertivo, fundamental, importante para que a gente possa ter uma melhor evolução desses pacientes no caso. Esses pacientes, se não diagnosticados de forma precoce e não tratados de forma adequada, podem evoluir para uma infecção respiratória aguda bacteriana ou podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave relacionada ao próprio vírus e isso pode levar a óbito”, ressalta Bastos.

VSR no Brasil

A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que o VSR é um vírus de transmissão respiratória, assim como a Influenza e a Covid-19. Mas que não era muito falado a respeito sobre o VSR porque o vírus não era monitorado. 

“Só alguns estados testavam os casos graves de síndrome respiratória aguda grave  (SRAG) para VSR e a partir de 2019 todos os estados passaram a testar os casos mais graves, os casos de SRAG, pro vírus respiratório. Então, foi a partir de 2019 que a gente começou a entender melhor o padrão de circulação desse vírus no país”, conta.

Tatiana Portella ressalta a importância das pessoas se atentarem à infecção pelo VSR, em especial, quando se trata de idosos de mais de 65 anos e crianças menores de dois anos.

“É importante que as pessoas se preocupem com ele, principalmente quem tem criança pequena. Geralmente pode causar quadros de bronquiolite, levar à pneumonia, precisar de internação. Então ele é um vírus que requer mais atenção, principalmente em crianças pequenas”, alerta Portella.

Em maio, o boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou um aumento de Srag causada pelo VSR representando 58% do total de casos da síndrome registrados naquele período.

Prevenção

Os especialistas listaram algumas medidas de prevenção à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Confira:

  • Usar máscara em locais fechados e em postos de saúde;
  • Em caso de sintomas gripais, ficar em casa (se não for possível, usar máscara);
  • Manter as mãos higienizadas e
  • Garantir a limpeza de superfícies. 

Outra forma de prevenção é a vacina Arexvy, disponível apenas na rede privada. A recomendação é em dose única para pessoas com 60 anos ou mais. Inclusive, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) recebeu quatro mil doses do imunizante em julho. As doses foram doadas pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), em função das enchentes que atingiram o estado em maio. 
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.