Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Teste molecular para detecção de HPV vai ser incluído no SUS; objetivo é prevenir câncer de colo de útero

Ação faz parte da estratégia do Ministério da Saúde para prevenção e eliminação do câncer do colo do útero. O projeto piloto está acontecendo em Recife e foi lançado nesta semana

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Nesta semana foi lançada pelo Ministério da Saúde a estratégia nacional para prevenção e eliminação do câncer do colo do útero. O projeto piloto será realizado em Recife, onde aconteceu a cerimônia de lançamento. O objetivo é controlar e eliminar o câncer de colo de útero, também conhecido como câncer cervical. Participaram da cerimônia na capital pernambucana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde Nísia Trindade.

As principais estratégias consistem na prevenção da doença via vacinação - algo que já faz parte no calendário de imunização de adolescentes entre 9 e 14 anos e pessoas imunossuprimidas - e na inclusão do teste molecular para detecção do HPV, vírus sexualmente transmissível causador da doença, no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o Ministério da Saúde reforça a importância do uso de preservativo como uma das formas mais eficazes de prevenção.

A ginecologista e especialista em fertilidade Tatianna Ribeiro explica como funciona o teste. “As técnicas moleculares têm sido muito utilizadas no diagnóstico do HPV, apresentando uma boa sensibilidade e especificidade. Dentre estas técnicas mais comuns estão o Painel de Hibridização in situ, que possui a capacidade de localizar o DNA viral no tecido, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) capaz de determinar carga viral e estado físico do vírus, e a Captura Híbrida, considerada padrão ouro, que detecta tipos específicos do vírus e também determina sua carga viral”, explica a especialista.

Ribeiro também alerta que o exame de Papanicolau permite ver alterações celulares que podem surgir diante da infecção pelo vírus, mas não permite diagnosticar o vírus HPV. Por isso as técnicas moleculares são necessárias. 

A sexóloga Gabriela Vilhena, de 26 anos, teve diagnóstico de HPV ao observar algumas lesões na região do períneo. Por saber que já havia tido contato com o vírus por meio de um parceiro, foi ao médico e teve o diagnóstico. Ela comenta os cuidados que tem de tomar desde então: “No meu caso, eu tenho um tipo de HPV que é externo, então é mais tranquilo de cuidar. Preciso tomar sempre cuidado com a alimentação, manter um estilo de vida mais saudável. Não posso me descuidar completamente da saúde para não ter perigo de aparecer novas lesões”

Causado pelo vírus do HPV, o câncer de colo de útero é o quarto tipo mais comum entre a população feminina, com 17 mil casos registrados em 2023. Pelo menos 6 mil brasileiras morrem anualmente por causa da doença. Retomar as altas coberturas vacinais no país para todos  os imunizantes que compõe o Calendário Nacional de Vacinação é prioridade do Ministério da Saúde. Atualmente, a meta é vacinar 90% do público-alvo. Em 2022, porém, apenas 75% foi imunizado.

Inicialmente está previsto um investimento de R$ 18 milhões na expansão do projeto piloto de Recife para o estado de Pernambuco. Em um segundo momento a iniciativa será ampliada para todo o Brasil. 

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