Foto: Marcelo CamargoAgência Brasil
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Sustentabilidade e inovação: o futuro da floresta nas mãos das biotechs

Amazônia brasileira oferece matéria-prima a empresas, que, por sua vez, preservam a floresta e garantem o recurso necessário para sua existência

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Você sabe o que é biotech? O nome é de origem inglesa, mas de fácil compreensão: bio vem de vida e tech, de tecnologia. As biotechs são empresas que usam a tecnologia aplicada a sistemas biológicos, genéticos ou ligados à vida e conseguem, através disso, promover inovações e desenvolver novos produtos. 

As biotechs estão presentes em diversas áreas, como agricultura, produção de materiais renováveis e saúde. “São soluções que podem surgir na área de biocombustíveis, para agricultura — com biofertilizantes, produtos para combater pragas —- e até mesmo a produção de vacinas. Ou seja, há uma série de campos de atuação das biotechs.” Explica o gerente de Recursos Naturais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Cardoso.

O Brasil — que é um dos países com mais biodiversidade no mundo — tem na Amazônia, um campo vasto de atuação, segundo o gerente da CNI. 

“Se a gente pensar no caso brasileiro, onde temos recursos da biodiversidade muito amplos, isso faz com que as biotechs tenham um campo de ação muito mais amplo do que em quase todos os países do mundo.”

Biodiversidade grande, mas investimento ainda é pequeno

De acordo com um levantamento feito pela consultoria McKinsey, entre 2019 e 2021 foram destinados para startups do setor cerca de US$ 35 bilhões em todo o mundo. Já no Brasil, os números são pequenos, segundo registros da empresa de tecnologia Distrito. Nos últimos cinco anos, as startups nacionais levantaram pouco mais de US$ 32 milhões. 

A manutenção da floresta amazônica garante a existência das biotechs e vice-versa. Os insumos que a Amazônia fornece para as empresas são o que garante a existência delas, enquanto cuidar da floresta é o que mantém o negócio vivo. E para incentivar essas empresas o governo federal assinou um contrato de gestão do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), que passa a ser uma organização social gerida pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA).

A mudança vai permitir que o CBA capture recursos privados e continue os trabalhos de pesquisa do antigo Centro de Biotecnologia da Amazônia. Isso deve garantir mais investimentos para pesquisa, desenvolvimento e inovação em bionegócios. Estímulo que, explica o gerente de Recursos Naturais da CNI, serve também como forma de manutenção dos recursos naturais que o Brasil oferece.

“O conhecimento dessa biodiversidade, o conhecimento do que pode trazer a floresta, é também o que pode garantir a sua manutenção. Se a gente não identifica a floresta como um valor, fora o valor ambiente — que é intrínseco à floresta — mas também um fator de desenvolvimento, a gente começa a ver as populações que vivem próximas como um obstáculo ao desenvolvimento.”

Segundo Mário Cardoso, o papel da biotech é mudar esse conceito e essa maneira de enxergar e começar a olhar a floresta como um valor ambiental e também econômico. 
 

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