LOC.: Da perda de competitividade ao retorno à informalidade. No cenário mais drástico previsto por especialistas que analisam os textos que regulamentam a reforma tributária, estas duas estão entre as maiores preocupações para os empresários que optam pelo Simples Nacional.
O setor de serviços pode ser um dos mais prejudicados se o texto não sofrer alterações, acredita o advogado tributarista e mestre em Direito pela PUC-SP, Thulio Carvalho. Isso porque, no projeto que tramita hoje no Congresso, não há garantias de que o Simples não será impactado. Além disso, também pode haver um aumento de complexidade, de dificuldade para cumprir, acredita o especialista.
Thulio explica que no texto da EC 132/23 há previsão de que o pequeno empresário, que recolhe impostos hoje pelo Simples, possa passar a recolher IBS e CBS “por fora”, de modo que ele possa aproveitar créditos no regime não cumulativo.
TEC/SONORA: Thulio Carvalho, advogado tributarista e mestre em Direito pela PUC-SP
“Isso não resolve, porque essa possibilidade, tem em mente um pequeno empreendedor que já tenha condições de cumprir com um sistema complexo como o do IBS e a CBS. Esses pequenos empresários, normalmente tem um grau de profissionalização muito rudimentar.”
LOC.: O que seria difícil cumprir, pelo alto grau de complexidade que o sistema exige, avalia o especialista.
As consequências da manutenção do texto atual, que regulamenta a reforma, pode trazer consequências graves para os pequenos, avalia o vice-presidente jurídico da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) Anderson Trautman.
TEC/SONORA: Anderson Trautman, vice-presidente jurídico da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB)
“Se nós mantivermos como está o texto, nós temos como consequência, primeiro, uma possibilidade de um número grande empresas migrar do Simples para o regime geral — nós vamos desidratar o Simples Nacional.”
LOC.: Outra consequência grave que o novo regime poderia trazer para o pequeno empresário seria um retrocesso, um retorno para a informalidade. O vice-presidente da CACB resume as principais consequências em três pontos preocupantes: perda de competitividade, burocracia e potencial de geração de empresas informais.
Reportagem, Lívia Braz