O setor de serviços registrou crescimento de 0,3% em junho, a quinta alta consecutiva do índice e o maior patamar da série histórica. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse resultado, o setor acumula ganho de 2% entre fevereiro e junho de 2025 e fecha o primeiro semestre com aumento de 2,5%. No acumulado de 12 meses, a expansão chega a 3%. Já em comparação com o mesmo período do ano anterior, o volume de serviços avançou 2,8%.
Desempenhos
A variação positiva do volume de serviços em junho foi impulsionada por apenas uma das cinco grandes atividades econômicas pesquisadas pelo IBGE: o setor de transportes, que avançou 1,5%. O crescimento ocorreu devido ao aumento da receita nas empresas que atuam no transporte rodoviário de cargas e no transporte aéreo de passageiros.
Em contraste, os demais setores apresentaram taxas negativas, com destaque para Outros serviços, com queda de 1,3%, e Serviços prestados às famílias, com recuo de 1,4%, a terceira retração seguida.
Confira o desempenho das atividades:
- Serviços prestados às famílias: -1,4%
- Serviços de informação e comunicação: -0,2%
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,1%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: +1,5%
- Outros serviços: -1,3%
Das 27 unidades da Federação, a menor parte (11) apresentou resultado positivo. As maiores altas foram registradas no Distrito Federal (2,3%) e no Paraná (0,8%).
Perspectiva para os próximos meses
Em junho de 2025, o desempenho do setor atingiu um nível 18% acima do registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia.
O economista Adhemar Mineiro, membro da Coordenação da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED), acredita que “o setor de serviços cresce de forma sustentada há alguns anos, o que mostra que ele se recuperou depois da pandemia. Na economia brasileira atual, isso revela que o crescimento econômico acompanha o (desempenho do) setor de serviços”.
Segundo ele, o cenário para os próximos meses deve ser de continuidade de crescimento, mas pequeno. "Por já estar ocorrendo há algum tempo, a expectativa é que esse ritmo se mantenha. Com juros muito altos acaba-se evitando um dinamismo mais acelerado, não só do setor de serviços, como dos outros setores da economia brasileira", afirma Mineiro.