Mineração. Foto: Divulgação/Secretaria-Geral da Presidência da República
Mineração. Foto: Divulgação/Secretaria-Geral da Presidência da República

Setor de mineração contará com produtos financeiros para captação de recursos

Iniciativa do Ministério de Minas e Energia visa expandir a política de crédito para o financiamento de projetos no setor de mineração

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Com o intuito de expandir a política de crédito para o financiamento de projetos no setor de mineração, o Ministério de Minas e Energia (MME) tem ampliado o diálogo com instituições financeiras e com empresas do segmento. Com isso, novos produtos financeiros têm sido desenhados pela pasta em conjunto com bancos e empresários.

O objetivo é conseguir investimentos importantes para as instituições financeiras, assim como para investidores, observando, inclusive, os riscos das transações. O secretário-executivo adjunto do ministério, Emmanuel Sousa de Abreu, considera a medida relevante, uma vez que o setor carece de produtos financeiros, principalmente as pequenas mineradoras. 

“A mineração, inerentemente, tem por característica o alto risco, grande necessidade de financiamento e dificuldade de captação de recursos no mercado. Hoje, o mercado de capitais, por exemplo, tem uma participação muito pequena do setor de mineração. Um dos instrumentos que estamos encaminhando é uma Letra de Risco de Mineração. É um título emitido por sociedade que dá o direito, de preferência em mineração, caso a pesquisa louve êxito. Você consegue pulverizar esse título, que é colocado no mercado para qualquer investidor”, pontua. 

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Na avaliação do diretor da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM) e presidente do Sindicato da Mineração de Goiás e Distrito Federal, Luiz Antônio Vessani, a medida é positiva e vai ajudar na evolução do setor. 

“O Brasil não tem tradição de investimento de risco. Então, a obtenção de recursos financeiros é inversamente proporcional ao risco existente. Se você tem projetos iniciais de alto risco, esqueça, pois não existe mecanismo atual de obtenção de recursos financeiros. Essas ferramentas não estavam sendo consideradas de maneira ampla pelo setor e agora são colocadas por um especialista que tem a responsabilidade de gerenciar o setor mineral, e vem com uma visão extremamente otimista”, destaca. 

O diretor editorial da Brasil Mineral, Francisco Alves, entende que a iniciativa é uma forma de oportunizar que as pequenas mineradoras evoluam a partir de novos investimentos e ampliem seus negócios cada vez mais. 

“O setor está pleiteando e o governo permitindo que títulos minerários atestando que determinada área foi pesquisada e que algum recurso mineral que possa ser explorado foi encontrado possa ser aceito como garantia de financiamento. É algo que pode ajudar, sobretudo, as pequenas companhias”, considera.   

Com os gargalos que os mineradores enfrentam para captar recursos no Brasil, alguns só encontram soluções fora do país. O próprio Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) fez parceria com as Bolsas de Toronto (TSX e TSXV) para conseguir recursos para a pesquisa geológica.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o trabalho é desenvolvido com a partir de discussões com o setor, promovidas por meio da Iniciativa Mercado Minas e Energia (IMME). 
 

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