LOC.: Separar a cobrança da rede de distribuição e da geração de energia pode ajudar a reduzir o preço pago pelos consumidores do mercado regulado. Atualmente, a tarifa cobrada desses consumidores — que representam a grande maioria da população brasileira — é composta por taxas cobradas pela distribuidora para fazer a ligação com o sistema; pelas transmissoras e geradoras, além de 33% de encargos e impostos, que subsidiam outros tipos de consumo de energia no país.
Segundo o diretor-executivo do Conselho Mundial de Energia e professor da PUC-MG, Nelson Fonseca, no mercado livre a cobrança de distribuição e geração já é separada. E isso poderia ajudar a diminuir os altos custos dos consumidores do mercado cativo, aqueles atendidos pelas distribuidoras, em que não é possível escolher o fornecedor.
TEC./SONORA: Nelson Fonseca, diretor-executivo do Conselho Mundial de Energia e professor da PUC-MG.
“O ideal é separar na tarifa o custo do fio do custo da energia. A distribuidora será remunerada pelo fio e a atividade de comercialização de energia fica então separada. Isso é feito já para os consumidores que estão no mercado livre.”
LOC.: Em nota, o diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia, a Anace, Carlos Faria, ressalta que é preciso regulamentar também a redução dos encargos setoriais, que aumentam os custos pagos pelo consumidor cativo.
O professor Nelson Fonseca propõe que esses encargos possam ser redistribuídos com o mercado livre e os contribuintes de impostos.
TEC./SONORA: Nelson Fonseca, diretor-executivo do Conselho Mundial de Energia e professor da PUC-MG.
“Colocar alguns encargos para o mercado livre junto com mercado cativo, ou seja, dar uma isonomia de tratamento para os dois ambientes, como também passar um desses encargos que constituem atividade de governo, por exemplo subsídio ao consumidor de baixa renda. Então isso poderia ser pago pelo contribuinte e não pelo consumidor de energia elétrica.”
LOC.: O Ministério de Minas e Energia anunciou que deve entregar nos próximos meses uma proposta de reforma regulatória do setor elétrico brasileiro. A pasta ainda não informou se a proposta será encaminhada por meio de um novo projeto de lei ou se vai propor mudanças no PL 414/2021. O texto, que já está em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe um novo marco regulatório para o setor elétrico, com a expansão do mercado livre para os consumidores de todos os perfis e portes.
O deputado federal Joaquim Passarinho, do PL do Pará, ressalta também a importância de investimentos em novas tecnologias em benefício do setor energético do país.
Reportagem, Paloma Custódio