LOC: O Brasil está prestes a alcançar 5 mil mortes por dengue em 2024, com 4.961 confirmadas e 2.161 em investigação. O país registra mais de 6 milhões de casos prováveis, com uma taxa de letalidade de 0,08%.
São Paulo lidera com 2 milhões e 62 mil casos, seguido por Minas Gerais e Paraná. O Distrito Federal tem a maior taxa de incidência: quase 10 mil casos para cada 100 mil habitantes. O infectologista Antônio Carlos, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, analisa o cenário atual.
TEC./SONORA: Antônio Carlos, infectologista
“O cenário atual é explicado pelo avanço do vetor, que é o Aedes aegypti, que passou a infestar grandes áreas da região sudeste e da região sul do Brasil, inclusive indo para o Paraguai e parte da Argentina. Então, o Aedes aegypti, que não fazia muito, estava muito presente nas regiões mais frias do Brasil, passou realmente a ir para essas regiões. Possivelmente, uma das explicações é o aumento da temperatura, o aquecimento dessas áreas, que acabou facilitando a adaptação do Aedes aegypti nessas regiões.”
LOC: A maior parte dos casos no país foi registrada entre adultos de 20 a 29 anos, seguidos pelas faixas etárias de 30 a 39, 40 a 49 e 50 a 59 anos. Por outro lado, os grupos menos afetados incluem crianças com menos de 1 ano, idosos com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos. Júlia Mesquita, de 19 anos, moradora de Vicente Pires no Distrito Federal foi uma das pessoas afetadas pela doença neste ano, descreve a experiência.
TEC./SONORA: Júlia Mesquita
"O que foi mais difícil, enquanto eu estava doente, eu acho que é o fato de ficar muito dependente. Eu não conseguia fazer absolutamente nada sozinha, só conseguia ficar deitada na cama. Não conseguia comer, porque fica um gosto muito ruim na boca. Foi uma das piores partes pra mim. Então, beber água, comer, fica tudo muito difícil. E é o que você mais precisa fazer, né, pra poder melhorar da dengue. Então, eu acho que o mais difícil foi essa parte da alimentação, a fraqueza e o fato de ficar dependente de todo mundo.”
LOC: Antônio Carlos Bandeira infectologista explica os meios de prevenção.
TEC./SONORA: Antônio Carlos, infectologista
“As principais medidas de prevenção podem ser divididas em duas partes, a primeira individual e a segunda coletiva. Na parte individual, é fundamental usar repelentes, tais como aqueles à base de icaridina ou DEET, principalmente as gestantes precisam usar repelentes do primeiro ao último dia da gestação para que não tenham possibilidade de se contaminarem com o vírus da zika, que é altamente teratogênico. A outra situação para prevenção é você utilizar a parte de roupas mais compridas, telas, em regiões onde você pode dormir com telas, e ar-condicionado.”
LOC: Os números evidenciam a urgência de ações efetivas. São Paulo e o Distrito Federal são os mais afetados, destacando a necessidade de medidas de controle e prevenção em todo o país.
Reportagem Mireia Vitoria, narração, Marquezan Araújo