Foto: Ivo Dahlke/Emater-RS-Ascar
Foto: Ivo Dahlke/Emater-RS-Ascar

Safra 2023: estimativa de fevereiro cai 1,3% com estiagem no Rio Grande do Sul

Instituto estima uma produção recorde de 298 milhões de toneladas, crescimento de 13,3% se comparada a 2022

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 deve atingir o recorde de 298 milhões de toneladas, cerca de 34,9 milhões de toneladas a mais que a produção de 2022, um aumento de 13,3%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa é 1,3% menor que o previsto no levantamento anterior, de janeiro, o que representa um recuo de 3,9 milhões de toneladas. 

“Os dados de produção do Rio Grande do Sul, que está enfrentando uma seca, começaram a ser observados em fevereiro. Por isso vemos essa queda de 3,9 milhões de toneladas em comparação com o mês anterior. O estado é nosso terceiro maior produtor de grãos”, explica Carlos Barradas, gerente de LPSA.

Barradas afirma que apesar dos impactos sofridos no Rio Grande do Sul, a estimativa de produção de soja e milho no país continua recorde para 2023. “Ao contrário do ano passado, em 2023 a seca está concentrada mais no Rio Grande do Sul, e com menor intensidade no estado. Nos demais estados produtores, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, está chovendo muito bem. Por isso estamos batendo novo recorde de produção de soja, milho e grãos”. 

Já a estimativa para a produção de arroz foi de 10,0 milhões de toneladas, redução de 2,5% em relação ao mês anterior e de 6,0% em relação a 2022. Apesar das perdas, que no mês de fevereiro chegaram a 252.744 toneladas, essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado brasileiro.

“O principal produtor de arroz do país é o Rio Grande do Sul. Com a seca, é possível que a disponibilidade de água para irrigação tenha sido reduzida, visto que quando há uma seca nessas proporções, muitos municípios limitam a água para este fim. A prioridade é o abastecimento urbano das populações ", explicou Barradas. 

O analista Evandro Oliveira explica que os produtores vêm enfrentando prejuízos há algumas temporadas por conta do avanço nos custos de produção e rentabilidade mais baixas. Oliveira descarta qualquer possibilidade de faltar suprimento no mercado interno. “Os produtores de arroz vêm enfrentando prejuízos há algumas temporadas, devido ao aumento do custo de produção e baixa rentabilidade. Mas isso não deve afetar o consumo interno. Por isso, referente ao suprimento interno brasileiro não deve haver falta.  Já que as estimativas apontam para um aumento das importações”.

Estimativas de colheita

Os produtores brasileiros devem colher 75,8 milhões de hectares, crescimento de 3,5% em relação a área colhida em 2022. Na comparação com a estimativa de janeiro, a área a ser colhida ficou estável. O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos da safra, representam 92,8% da estimativa de produção e 87,6% da área a ser colhida. 

Em relação a safra de 2022, houve um aumento de 4,1% na área a ser colhida de milho, sendo um aumento de 1,3% na primeira safra do grão e de 5,0% na segunda safra. A área de soja teve um acréscimo de 4,8%, enquanto a área de algodão herbáceo aumentou 1,2%. Por outro lado, houve um recuo de 5,8% na expectativa de área colhida de arroz e de 2,8% para o trigo.

Na comparação entre as pesquisas de fevereiro e janeiro, o IBGE destacou variações negativas nas seguintes estimativas de produção.


 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.