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Pelo sétimo dia seguido o Rio Grande do Norte registrou ataques criminosos contra prédios públicos, comércios e veículos no estado. Até o domingo (19), o governo do estado registrou oficialmente 284 ataques. E mais de 130 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento.
A onda de ataques ocorre no estado desde a terça-feira (14), quando ao menos 50 cidades foram alvos de destruição. Segundo a polícia, as ações são comandadas por uma facção criminosa.
Segundo o especialista em segurança pública Leonardo Santana a onda de ataques que ocorrem no Rio Grande do Norte é decorrente de vários fatores, inclusive de uma política pública de segurança frágil ao longo dos anos.
“Para que você tenha toda essa estrutura, você precisa considerar primeiro que crime organizado precisa ter dinheiro. Nós não temos um histórico de em um curto espaço de tempo você conseguir reunir tanto investimento para fazer um ataque em tantos pontos distintos, então o dinheiro seria o primeiro elemento. O segundo elemento seria o movimento de lideranças. Então existe sim um desenvolvimento de lideranças estruturado e um desenvolvimento que não acontece apenas do lado de fora. Você tem as lideranças nas cidades, e também lideranças no sistema carcerário. E a parte mais complicada é o desenvolvimento de boas políticas públicas de segurança”, explica.
Santana enfatiza que para conseguir controlar a onda de ataques é necessário repensar toda a estrutura de segurança pública no estado.
“É necessário dar uma demonstração imediata de muita força e muita força não significa só o confronto com esses agressores, significa demonstrar quanto que eu vou investir agora nas forças de segurança. É preciso mostrar para a população que outros órgãos vão estar envolvidos nesse processo. E um outro ponto importante saber como se vai atuar hoje dentro do sistema prisional. O sistema carcerário continua sendo uma das partes do cérebro desse modelo de ataque”, aponta.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSD), anunciou investimentos de R$ 100 milhões para a área de segurança pública do Rio Grande do Norte, durante entrevista coletiva, no fim da manhã desta segunda-feira (20). Dino chegou ao estado na noite de domingo (19) para acompanhar as ações contra os ataques.
Durante o pronunciamento, o ministro apontou três frentes que serão beneficiadas com a liberação de recursos até o fim de 2023: a sede do Instituto Técnico-Científico de Perícia, o regimento de cavalaria da Polícia Militar e o complexo da Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
Segundo o ministro, os recursos vão ser direcionados para a realização de obras e aquisição de novas viaturas.
“Nós estamos liberando capacidade de investimento do governo estadual. Além disso, nós vamos destinar imediatamente ao estado viaturas e armamentos, armas longas, como são conhecidas. Nós já temos inclusive uma parte desse equipamento comprado e que será entregue ao longo desta semana ou próxima ao governo do Rio Grande do Norte. Nós estamos também propiciando a ampliação das viaturas alugadas pelo governo estadual e aquisição de mais viaturas”, completou o ministro.
De acordo com Flávio Dino, mais de R$ 5 milhões foram empregados pelo ministério desde terça-feira (14). Ainda segundo ele, cerca de R$ 20 milhões serão aplicados na aquisição de viaturas.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), reforçou que o ministro irá disponibilizar agentes da Força Nacional para o estado, por quanto tempo for necessário.
“O ministro nos assegurou que a Força de Segurança Nacional ficará aqui no Rio Grande do Norte, o tempo que for preciso, o tempo, exatamente que for necessário para que a gente possa o mais breve trazer a paz, a normalidade, à vida do povo do Rio Grande do Norte”, contou a governadora.
Segundo a governadora, a liberação dos recursos é um passo importante para combater a crise.
“Sem dúvida nenhuma, é um passo importante, para que a gente assegure ao povo do Rio Grande do Norte que continuaremos aqui incansáveis com as nossas ações de segurança em curso, mais policiais e aprofundar cada vez mais investigação e o setor de inteligência. Bem como também os investimentos no sistema prisional, começando com a expansão de vagas, aquisição de equipamentos, e o fortalecimento das medidas de ressocialização”, destacou.
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