LOC.: O setor de infraestrutura, sobretudo o de transportes, está preocupado com a regulamentação da Reforma Tributária. Os projetos de lei complementares que tramitam tanto na Câmara quanto no Senado ainda têm pontos que precisam ser debatidos para que não haja prejuízos.
Especialistas de diversos setores se reuniram em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para debater sobre a importância de aprimorar os textos, para garantir segurança jurídica nos contratos e diminuir as distorções. Entre os pontos de atenção segundo os especialistas presentes no encontro, estão o risco de cumulatividade de tributos, o aumento de alíquotas em setores estratégicos e incertezas sobre a sustentabilidade de concessões ao setor privado.
Entre outros pontos levantados também estão: a concorrência desleal — já que atualmente o transporte internacional de cargas é isento de PIS, Cofins e ICMS, tanto para exportação quanto para importação. Mas o PLP 68/2024 propõe tributar as empresas brasileiras que contratarem transportadores nacionais. Mudança que, segundo a consultora tributária Alessandra Brandão, que representou a Confederação Nacional de Transportes (CNT) no encontro, contraria o princípio da reforma, que é desonerar as exportações.
Outro ponto de preocupação está no transporte de passageiros e a necessidade de manter as alíquotas reduzidas, já que esses segmentos operam com regimes de taxas diferenciadas e são serviços públicos essenciais; também foram citados pontos como reequilíbrio de contratos e segurança jurídica — que estão entre as maiores preocupações dos empresários.
Outras audiências ainda serão realizadas pelo grupo de trabalho da CAE. O senador Izalci Lucas (PL/DF) deve entregar seu relatório com sugestões de alterações ao senador Eduardo Braga (MDB/AM), no mês de outubro.
Reportagem, Lívia Braz